29 de dez. de 2009

it's the end of the world as we know it...and I feel fine.

as coisas jorram aos borbotões no fim do ano. talvez mais neste do que em qualquer outro ano, pois, cada ano tem uma vida própria, que respira e pulsa a cada dia. e como em qualquer existência, tem um fim. mas não é um fim morto, estagnado. é um fim épico, evoluído. Que sofre metamorfose e sai da letargia, do status quo.


mas, na verdade, um novo ano não se inicia à meia-noite do dia 31 de dezembro. não. ele pode vir à tona em qualquer hora, mês ou dia do ano. a vida nova não escolhe estação para florescer. ela é silenciosa e inconsciente, podemos senti-la; efervescente dentro de nossas vísceras, ardendo em febre nas madrugadas, se incorporando à nossa sombra. é um acontecimento que só nós mesmos podemos reconhecer, prolongar e aproveitar. pois não há modo conhecido de adiá-la, essa ponte de fluxo inquebrantável.

não existe texto que não caia nas graças dos batidos clichês. paciência. o fato é que, as palavras não conseguem acompanhar o ritmo do tempo. ele oscila, mas voa. tudo ganha um ar sério quando você percebe que já passou por tantas coisas, mais coisas do que a sua memória é capaz de guardar. tanta coisa, que é apenas o começo de tudo, sempre é o começo de tudo! e ainda tens um longo percurso para fazer com a tua cruz. ninguém passa sem um peso, a carga que foi destinado a carregar, e ninguém carrega mais do que pode suportar. isto é fato.

de nada adianta ficarmos exaltando promessas e transpirando metas. poderíamos encher um rolo de papel quilométrico com todas as palavras e coisas às quais aspiramos fazer e ser no novo ano. mas é algo superficial. pois sabemos que, quem se põe a falar e a falar, no fim acaba não fazendo nada...os verdadeiros revolucionários são aqueles que se dedicam humildemente àquilo que se propõem a fazer. nada de sensacionalismo ou euforia, apenas serenidade e resignação.

e, ao realizar alguma meta, nos sentimos leves e descarregados. é a mesma sensação que se tem ao escrever alguma coisa, seja o que for...

20 de dez. de 2009

back to black.

"o quão ridículos somos nós? nós dois e todos nós...?"

incapazes de deixar de lado nossos instintos mais primitivos pelo benefício de um outro ser. nós esmagamos e destruímos todo e qualquer sentimento puro que se atreve a passar pelo nosso caminho...somos egoístas, vermes tenazes, mesquinhos e falsos...superficiais até os ossos!
e hipócritas, cínicos, orgulhosos, ah, sim, muito orgulhosos!
enchemos a boca ao dizer que temos orgulho de nós mesmos por não ter voltado atrás em determinada situação, mas de que serve isso no final das contas? o que somos nós, além de (parafraseando certo amigo meu) a mesma merda ambulante de sempre? que precisa de outro ser semelhante para existir...

"dói muito e o sentido se perde."
a gente tenta compreender as coisas do modo mais amoroso possível, mas depois acaba percebendo que a única coisa que resta...é a merda de um buraco gigantesco no meio do peito, que você só sente crescer e se aprofundar. e tudo só contribui mais e mais para o seu futuro negro e desconhecido, onde você será um adulto comum, portanto, cheio de mágoas apodrecidas e fobias doentias.

"mudanças são necessárias."
oh, sim, se são. mas sem notar, vamos mudando, nos mudando, até que aquilo se torna uma fuga constante dos fatos.
quando algúem se encontra totalmente sozinho, isolado, quando perdeu absolutamente tudo aquilo que lhe fazia algum bem (ou pelo menos achava que lhe fazia algum bem) o sujeito se põe a pensar, é o inevitável: devo ter feito algo de errado, para merecer toda essa agonia, não é verdade?
não, a verdade é que, somos todos iguais, sempre deixaremos alguém para trás, ou feriremos brutalmente alguém, é a gênese e o destino da raça.

"ninguém é salvador de ninguém."
fato. no fundo, sabia que era verdade. mas acabei por me perder nos devaneios atemporais do amor. tentei até o último minuto, acreditar que aquela pobre alma me salvaria de todos os tormentos mundanos, de todos os fardos insuportáveis. triste hora. e, no fim, ele me abandonou, me deserdou como a uma herege, e sinto que isto nunca vai passar.

18 de dez. de 2009

31-09-2009

Psicologia barata. talvez o meu futuro campo de minérios? não quero, realmente, receitar lexotan dentro de construções baldias e corredores fétidos, será esse o meu destino? na verdade não planejo nada, mas também não me sinto muito à vontade quando dizem para apenas aproveitar a viagem, pois está é só uma. apenas quero provar um pouco da insustentável leveza do ser, que há muito me desertou. tudo é pesado, meço tudo a preço de lágrimas; uma estranheza, um beijo, um vôo, um furto, uma adrenalina, um coito, tudo me parece deprimente a primeira vista, é certo que me encontro em hora frágil, mas nao gostaria de viver assim para sempre, tão viva e sensível, voluptuosa e mutável como átomos de água, água é minha natureza, diga-se de passagem, mas me incomoda a personalidade fleumática e o rótulo que carrego. na verdade é tudo poesia, nao é? um suspiro em uma casa vazia, uma amizade que de repente se estralhaça ao som do vento, dois irmãos siameses incomunicáveis, meia grama de soma para todos os males.
são tudo o que sempre tive, se fores analisar. sempre chega um momento em que tenho de lidar sozinha e convenhamos, não sou muito prática e experiente em relação a isto. o silêncio na solidão deveria dar respostas a todas as quebras, rupturas, desmoronamentos, erosões, cortes e arranhões, mas só agrava ainda mais o buraco profundo.
jamais diria algo como: "tente me compreender, mas nao conclua, pois posso te surpreender." não seria tao atrevida, talvez não haja motivos para essas diferenças abismais. preciso de pessoas. não quero pré-conceitos ou moralismos pré-adolescentes, apenas necessito de elevação humana. após perdas tudo o que mais se quer e se precisa sao ganhos. como necessito de outros olhos que passem sobre as experiências que vivencio! olhos que não tremulem e nao fraquejem e nao lagrimem em meio a palavras espinhosas, olhos diferentes dos meus.

emptiness. like one year and a half ago. emptiness.

slowly recall all your mind
why, your soul's gone cold
and your heart has run dry
dead inside ...

a november rain.

when I say I miss you it don't mean: "wow, I haven't seen you for a long time, I long to see your face again and hug you."


No.

it means I miss the way you used to be. isn't it like they say - near the sparkling past, tomorrow is colorless...? - I miss how you used to talk to me so relentlessly, the way you used to look at me in the darkness, how you longed for my presence and expected me so anxiously...the way we used to just fool 'round town and talk shit all day long, the way we didn't care about stupid relationship stuff, we were just two free young souls running wild (in our own way), bouncing on the dancefloor and screaming at the top of our lungs.

you know how fragile I am, don't you? you know how I need someone, someone like you, to help me go through these changing times, 'cause everybody is changing so much, and I don't know where to turn.

maybe I'm asking too much of you...but well, can't I? guess I never had you whole (and you didn't have me either) so how can I be asking so much of you, things you can't satisfy, you can't give to me. like Dylan said "I gave her my heart, but she wanted my soul..."

I know sometimes you need some time on your own, and that everybody needs some time, but remember:
- nothing lasts forever, even a cold november rain...

16 de dez. de 2009

Hush now baby, baby, don't you cry.

Mother's gonna make all your nightmares come true.
Mother's gonna put all her fears into you.
Mother's gonna keep you right here under her wing.
She wont let you fly, but she might let you sing.
Mama will gonna keep baby cozy and warm.
Ooooh baby ooooh baby oooooh baby,
Of course mama'll gonna help to build the wall.

...

Mother, did it need to be so high?

a prayer for the wild at heart, kept in cages.

11 de dez. de 2009

memorando.

e por mais que se passem

cem anos de solidão
por mais que as nossas nostálgicas tardes
sejam esmagadas
pela poeira dos séculos
não esquecerei
dos dias compartilhados;

as manhãs eufóricas
as tardes ociosas
as noites hesitantes.

foram tudo o que eu sempre desejei.

realmente: "valorizar uma amizade não é para quem quer,
e sim para quem pode. "

concordo plenamente.

measuring a summer day.

when suddenly everyone is a victim...
you look back
and see a huge black hole
it makes you wonder
just think back
think it over
in the time when everything was
light and young
now we are sinking
to the unattainable mercy.

10 de dez. de 2009

unhealthy.

I have a pain in me gulliver. got toltchoked last nite. but I can drink moloko vellocet now and it will all be horrorshow, droogie.


maybe some devotchkas later on...Ludwig Van, that's right. and of course, the good and old

Ultraviolence.

9 de dez. de 2009

old words.

how it hurts in the melting saturday morning

the sun detaches and scratches into your wounds
I cannot find myself. There's a cover
metal cover
hiding me from myself.
there's no corner I can't tell.
my red body convulsionates to the aching present
cries at the past
and suicides at the future

today I'm here. tomorrow I'm gone.

recent essay.

we let our passions get swollen

and they grow to become choking bubbles
in the beginning it's a passive infection
it gets precipitated until the last moment edge.
but then, after sometime, they become
toxic and poisonous
QUOD ME NUTRIT ME DESTRUIT

2 de dez. de 2009

something

I wish I could hang my head in the morning
feeling the smell of daisychains and watching
tiny bugs come up through the window.

silogismo nonsense

Todo sagitariano é exagerado

Cazuza era sagitariano
Logo Cazuza era exagerado... (jogado aos teus pés...)

20 de nov. de 2009

out on the weekend.

" See the lonely boy, out on the weekend

Trying to make it pay.
Can't relate to joy, he tries to speak and
Can't begin to say. "

There's this constant void. even when things seem to be doing fine. fixin' up.
on an empty cloudy friday you can't help but think of your sorrows.
Um blog é mutável e flexível, fazendo um paralelo com a sua trajetória de vida. Isso aqui, esse pequeno pedaço de retalhos mal costurados, é a coisa mais antiga que eu tenho, que eu lembre. outros pedaços foram projetados e remendados, mas depois foram pro lixo. metáforas salvam uma sexta-feira ociosa. nublada!

18 de nov. de 2009

i'm only happy when it rains.

talvez não tenha nada de errado em querer se "expôr", não, de forma alguma. É um direito do indivíduo, tanto como se introverter também é. e essa escolha é tão intrínseca, tão imbuída do nosso ser, que às vezes nem percebemos.

"que falem, e se falarem, que falem bastante." não vou começar com frases batidas, velhos clichês, que, há tantos anos, dão frutos e mais frutos pelo orkut (¬¬). e falar, falar mal, pelas costas de alguém, é meio que uma necessidade que se exterioriza.
e são quase 11 da noite e cá estou eu divagando sem um propóstio, porque hoje eu tive a certeza de que tudo vem em seu devido tempo, e não há fuga do que está predestinado a ser. e é só.

11 de nov. de 2009

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."


C.L.

9 de nov. de 2009

"Sem você, a emoção de hoje seria pele morta da emoção do passado".

30 de out. de 2009

wave of mutilation

tenho respirado música! gostaria que este fosse o momento em que todas as máscaras caíssem, mas não é. Mas, é assim que as pessoas verdadeiramente crescem.

19 de out. de 2009

boy interrupted

all that comes to mind is..some people can't be saved from the burning pain.


R.I.P. evan perry.

8 de set. de 2009

perto do passado brilhante amanhã é incolor.

throw your papers to the wind

the lasting sacred sorrowful stain
from days of spilled blood
sad tears which didn't quiet
didn't warm.
only brought more desire and agony

when they get what they want
they never want it again
and sister,
didn't you say you would be my sis
forever more? no you never did,
but it was clearly written in our feline eyes.
we both were one planet, with water and air and a little of earth...stability.
it hurts me so much that you think that i betrayed our everlasting ring
but now we're thru and it won't matter anymore.
i could betray my blood, my dark blood and the stars or this twisted heart of mine
but you i wouldn't pass over.

are they nil now?
all the afternoons of hysterical bliss.
that dipped me in life
and made me forget that there was some dark side
some kind of hate
i flew over the cuckoo's nest but i knew i was home.

i could sincerely miss the hugs i didn't give you
because i thought it wouldn't matter
it would be forever
but this you would find very weary and fake
and that's why you don't need my hugs
you haven't been needing them
since you've got someone else to carry you
and so i wave you goodbye, so long
soul sis.

forceful behavior

hey you
see me?
pictures crazy
all the world I've seen before me passing by
I've got nothing to gain, to lose
all the world I've seen before me passing by
you don't care about how I feel
I don't feel it anymore
I don't see
anymore
I don't hear
anymore
I don't speak
anymore
I don't feel...

28 de ago. de 2009

20 de jul. de 2009

sugar coma.

encontrando expressões de meio ano atrás.


I gotta learn sometime
even if it's too comfortable to
ride upon the same mistakes
only under the water you can be true
vulnerable as you really are.
um turbilhão de sensações e brisas
esmascaram teu ego vaidoso
tu apodreces que nem aquelas flores da tua varanda
breve vida - breve sorte
e tu não podes mudar
perene status quo
hereditária escuridão
porque tua alma te esmaga
o que está por vir amanhã
já não é mais segredo
quero o requerimento do teu conformismo
olhe pelos vidros
e por sobre os muros
lá está você...definhando e se desfazendo
o pouco amor do mundo foi demais
para teus ossos de areia.

Dizer adeus ñ é necessário
teus ensaios de ocaso e despedida
já não comovem ninguém
quem agora vai chorar?
aniquilou o brilho do dia de hoje
e nada mais se refleteagora tudo é murcho e vazio
como aquelas flores na tua varanda.

o Amor escalpa tua alma
como se fosse parte de um plano superior
para te resignar em teu maldito fado
como uma melodia sem ritmo que a cada dia se decompõe
dentro dos teus olhos de mártir
as mudanças ñ surtem efeito
teus impulsos são golpes desvairados
que procuram por um olhar de apoio e clemência

poderia te contar todas as histórias de oportunidades perdidas
mas só o que importa agora é como voltaremos....sinto falta de tudo que se foi
e que antes parecia tão mal
não sei porque isso me vem em mente agora (só sei que)
sinto falta dos dias em que tudo parecia perdido
agora o futuro reluz...e quantas luzes reluzentes
são apenas espelhos quebrados?

isso que sinto é excessivo
em alguma hora tudo se transformará em ironias dolorosas
e memórias assustadoras
vivemos presos em uma caixa
presos no passado, de olhos vendados
mesmo jurando pra sempre
o tempo continua correndo
e eles nos pressiona a dar uma resposta
em alguma hora teus olhos não vão mais ser transparentes
e não vai haver mais nada para procurar por trás deles
estaremos jogados às futilidades da carne
vaidades sentimentalistas
será perverso demais pensar nisso tão cedo?

dos dias maravilhosos tu te despedes
és agora cientista do insólitos
e esquivando pelas esquinas escuras
onde o destino perdeu seu rumo
tudo o que parece ser realmente é
e não ha mais tempo para refletir
tudo evolui a passos largos.

14 de mai. de 2009

ask me why and i'll die.

oh I didin't realize that you wrote poetry

I didn't realize you wrote such bloody awful poetry.
you're a flatulent pain in the arse.

but we cannot cling to the old dreams anymore...

se tu fosse contar quantas músicas dos smiths se encaixam com a merda que tu vive diariamente...ia dar uma discografia inteira. Amém, Morrissey.

30 de abr. de 2009

i use the best.

Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.


Em síntese, o anarquismo é convencionado entre os libertários como sendo a emergência de um sentimento puro, sob o qual cada adepto deve desenvolver dentro de si mesmo o seu próprio instrumental intelectual para legitimá-lo e, mais do que isso, potencializá-lo abstracional e concretamente.

29 de abr. de 2009

children of the revolution

o que seria o suficiente para acalentar aquelas nubladas mentes adolescentes? mas que direito ou permissão eles pensam que têm para expôr seus pontos de vista descartáveis e primários a todos? sabe que isto não deveria mudar a minha vidjinha, mas, digamos que faz uma mínima diferença. incomoda até.

24 de abr. de 2009

cemitério de pianos.

diz-se que esqueletos de pianos são como seres humanos. não estão mortos, apenas adormecidos. Ressuscitarão a qualquer momento, sob um sinal, uma luz onírica, para dar origem a novos instrumentos. diz-se que, as vidas das pessoas são como as notas de um piano desafinado tocado por um rapazote; nascem, crescem, amam, vivem, caem, dormem, morrem...

alienando-nos a um assunto mais detalhado e sem importância universal (creio), minha vida tem sido resumida a padecer sob as críticas e ordens do senso comum. logo eu, que sempre cri ser alguém que, quando crescesse, não me conformaria com o sistema decrépito e fedido. em cidades pequenas o caso só tende a piorar. posso falar isso com convicção por experiência própria: quanto menor a cidade, menor a mente. sim...em cidadezinhas minúsculas, todos parecem se importar uns com as vidas dos outros, todos têm conhecimento dos podres, pecados, paixões e dores do próximo.
um mais vazio que o outro.
e ainda! ser alvo de petulantes avaliações, de pessoas que definitivamente não mudam a sua vida...ter que aguentar isso. lições são aprendidas nos momentos mais inesperados. só o que alguém pode querer é sumir de semelhante inferno.

16 de abr. de 2009

your confusion. my illusion.

costumes são perdidos tão rapidamente. mais até do que são adquiridos.
acho que finalmente achei a música mais deprimente de todos os tempos. Atmosphere do Joy Division. Transmite um sentimento de vazio interior, como se desse pra enxergar todas as tuas falhas e tristezas, até hoje. Todas, em fileira hierárquica. (o mouse tá fudido)

creio que todos querem ser de alguma maneira, apenas outra ovelhinha em meio ao rebanho. Mas isto nunca vai acontecer. Tem uma força transcendente, talvez da natureza, que não permite que tu saia da rota que foi trilhada pra ti. falo isso demais, destino, fado, carma. É por isso mesmo que te fizeram diferente, porque tu precisavas ser assim pra aprender alguma lição, uma lição que tu vais levar pra eternidade, não interessa o que eterno queira dizer, seja no seu céu, no seu inferno, no seu submundo, no seu plano astral, no seu limbo, há alguma coisa que vai acontecer e determinar o teu futuro, ou mesmo algo que já veio previsto, e te obriga a agir de tal forma ou ser de alguma maneira contrária a que tu desejavas. pode não ter muito sentido, mas, eu sou assim por alguma causa maior. fui modificada pelas circusntâncias, obviamente, mas isso aconteceu justamente por necessidade. sou diferente porque o meu espírito deve aprender alguma coisa com isso.

voltando ao ponto de vista rotineiro e proletário; nada tá indo como planejado, tudo o que eu queria antes era passar tempo com pessoas, em vez de ficar trancada em uma gaiolinha, olhando pras paredes. e hoje eu lamento não ter tempo suficiente pra ler um livro. eu tenho uma pilha deles aqui. realmente, talvez seja por falta de vontade, tu te acha cansado no fim do dia, mas dá pra fazer mais coisas sim, é o conformismo que atrapalha. tenho medo de parar (mesmo que aos poucos, como eu já acho, inclusive, que esteja acontecendo) de me expressar, mesmo que seja uma expressão minimalista e extremamente íntima, tenho medo de não desabafar tudo, seja em uma folha de papel, uma parede, nos ouvidos dos outros.

sinceramente não sei a quantas anda meu instável estado. eu andava em coma emocional, agora já não sei de mais nada. a força do hábito é mais persistente do que a força da mudança. são sim, pensamentos inúteis, mas é indispensável pôr tudo pra fora. senão, acabamos virando vegetais, podres por dentro, medíocres e tacanhos. tá, a metáfora é dispensável, mas foda-se. também pra ter algo pra lembrar daqui a alguns tempos. acreditem ou não, é muuuito interessante relembrar momentos passados, mesmo que sejam momentos improdutivos e sem a mínima importância, reviver é perceber que tu evoluiu...ou não.

6 de abr. de 2009

v-o-i-d

and she would make no difference at all.
the day someone cast a deep bruise in her pale neoliberalist face
then maybe she will think about speaking up.
just maybe.
definetely maybe.
meanwhile, she still isn't making no difference.

the old strange friends just left
'cause, you know, someday you got to go out there
and live.
even if your soul barfs at night the sun of the morning
you must face it.

now you're only someone friend's girlfriend.
you used to be much more.
not more, but real. and remembered.
nothing,
NOTHING will change the fact
a forgotten rat
with no destiny
no glowing past
just void.
void.
v
o
i
d

strange fear gripped me.

cold

cold
cold
i feel him cold

i haven't got no home. can't someone understand that you mean it when you say to one: you're my family now.

there's a light that never goes out. i hope. take me anywhere.

3 de abr. de 2009

the lonesome death of a star

the wind blows to the north

the wind blows glorious on
the gently earth
beautiful beautiful girl from the south
how can you explain
the bountiful hand of a fate?

she could speak out loud and sing
be whatever she wanted to be
for her figure was clean
although the cheap nature
she could do it all.

swimming in pink champagne
glowing on rooftops and walls
others may find signs in trees and
trunks in debris
but, to her, it was all bright
and starred

that's 'cause the whole
environment is a mirror
and we only see reflected everywhere,
what we really are.

and she was a star. undoubtedly.
without drastic efforts
she was one.
in all senses of the word
glorious, magnificent, dying-for,
brightful.
an eyeful of bliss
a heartful of coloursa lifeful of sunshine.
sunflower just like the color of her hair.
honeydew just like the color of her eyes.

Anyway the wind blows.
Anyway it blows on you.

31 de mar. de 2009

Where I End & You Begin

our empty steps that will never rhyme

echoe like lonely chords in a wide row
a wild street of desillusions and broken hopes
he hands me the only lasting flower from the little garden
I hear the sound of mandolins
and the whistle of clouds.
He takes me down to a land of frightening mystery
and confusing symbology

Like the cristian weaved to a cross
you're my anchor
holy wine
sacred flesh
and although all these words are useless and hideous
they sound pretty when it's about you
they evoke the magical presence of you
which emancipates silence
and melt hearts in burning fire
builds new leaves to a dead tree
nature of my core.

I long to be timelessly drowned in your light and bitter green waters.
always compared you to an ocean; sincere and deep
Am I the only one who can see through?
Search behind your eyes for a button to press...
..............a place to arrive?
...............a garden to rest?
...............a fulfill for the emptiness?
...............a road to follow?
will I find that in you?
it seems like I have.

But I miss you already.

30 de mar. de 2009

julho de 83.

adolescência vazia. eu tinha quase 16...


de preferência, é melhor eu aprender essas letras de uma vez.
sei lá. eu vejo como uma bandinha genérica. não, reformulemos a frase. banda genérica, talvez. tem umas musiquinhas beeem horrorshow, tipo essa. mas é beeeem pop tbm. que nesse caso não é sinônimo de lixo.
é decadente. mas eu ñ tenho uma banda favorita. se eu me encontrasse com o meu eu de anos atrás, eu seria esfaqueada, no mínimo. ter uma banda favorita era parte de um ritual sagrado pra mim. na verdade, eu ñ tenho nem mesmo uma banda ou artista mais próximos, sabe, aquela intimidade que a gente cria bizarramente com os nossos musicozinhos queridos.
já fui muito disso. acho q é normal da fase. dos 11 aos 15, digo que fui demasiadamente viciada em determinadas bandas por um tempo x. mas não vou entrar em detalhes sórdidos.
o mais estranho é que, realmente, é como se fosse uma relação verdadeira, entre dois seres racionais. e tu sempre acha que é pra sempre.
bom, o meu "pra sempre" dura sempre uns oito dias. ; )

se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar.
que tudo era pra sempre, sem saber...
que o pra sempre sempre acaba...

27 de mar. de 2009

we are one but we're not the same

sabe quando a tua cabeça tá igual a uma bolha de sabão? prestes a explodir. me vieram tantas coisas em mente na ida pra aula hoje, que seria impossível transcrever tudo, sem perder qualquer detalhe. a gripe torna tudo pior.


não sei exatamente por onde começar. acho q é a primeira vez que uso esse treco pra falar algo autêntico, que corresponda com a minha real persona.

deve ter sido a reformulada no layout. me deu vontade de levar adiante as coisas, deixar mais completo. como se alguém visitasse esse muquifo.

não. não deveria ser esse o real propósito de ter um cantinho virtual. o verdadeiro motivo seria tu teres um espaço próprio, sem que ninguém venha te copar. é até mesmo mais prático pra quem não gosta de escrever diários ou coisas do tipo. são obsoletas, né? bah.

uma coisa que eu aprendi, foi que as coisas não se modificam rápido, pelo menos não modificações permanentes e significativas. certos processos de transição são tão demorados. tiro como exemplo este próprio.

todas as coisas têm um motivo pra acontecer. sabe o chiclete que você pisou na rua? o livro que você esqueceu no banco da praça? pois é, tudo tem um porquê.

é tão reconfortante saber disso. que por mais que tu se afunde em burradas sem tamanho, toda aquela atmosfera vai mais tarde contribuir pra alguma mudança.

não quero citar exemplos próprios. eu sou mais do abstrato, da hipótese, do "poderiiia", do mistério.

síndrome de hitchcock.

:)

17 de mar. de 2009

THE CRACKS IN THE GROUND GRIN UP AT ME.

"chinoca airosa. lindaça como o sol, fresca como uma rosa!"


então acho que é isso. aliás, eu não sei bem o que é "isso". voltamos a mais um ataque histérico de consciência. não posso dizer que as coisas não mudaram. mas cá pensando com os meus botões, a essência de tudo o que já foi continua viva. mascarada por entre véus e acordes embaçados. sim, talvez seja realmente inútil parar e ficar martelando o mesmo assunto, fazendo conjeturas ineficazes. mas é algo simples. assim como você documenta um momento, com uma foto ou um desenho. você também registra com escrituras.
na verdade nunca tive tanta ação na minha vidjinha patética. e pudera! algum dia tudo passa, mon amour.
mas sabe, em alguns momentos, parece que a rota de todos é h-e-r-m-e-t-i-c-a-m-e-n-t-e trilhada e clara, enquanto só a sua é desregular e não se encaixa a lugar nenhum!
isso é coisa normal, eu bem sei. todos tem o momento de se sentir um bicho estranho. se é essa a verdade, que todos são bichos estranhos...por que eu não paro por aqui, ou melhor, porque todo mundo não pára por aqui e vai exercer seu papel de estranheza. ? .

bleh.

9 de mar. de 2009

PEIXES E VIRGEM NO JANTAR

a mini-crônica se dá em uma mesa, onde estão reunidos: um virginiano e dois piscianos.


Diálogo:

Pisciano1_ tô com um dedo inflamado...

Virginiano_...Tens iodo?

Pisciano2_...

P1_Tenho...

V_Iodo é bom...

P1_...

P2_...Acho que comi demais...
febre súbita
de paixão acendida
como é linda
a tua face em cólera
quimera minha
de anos de história
esfera de ferro descarregada
do teu tórax
revide, revolução, olvido
como um trem descarrilhado
mergulhado no silêncio do teu peito profundo.

4 de mar. de 2009

HOMEM DA MULTIDÃO.

um mosaico dos dias.


"Faziam planos e nem sabiam que eram felizes.
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho."
Mas o que foi, nunca mais será."

26 de fev. de 2009

CONTEMPLATIVA

jogando pedrinhas da janela.
três, sete, doze.
justo agora eu tinha que me tornar previsível?
um trevo prateado em roda do teu pescoço
um porta-retrato laranja.
isso é alucinação sincera;
é pular por sobre os telhados e ouvir o vento chorar,
passear sob o céu de fevereiro que queima nublado.
não sinto que o tempo tenha sido perdido.
cada pedaço de alma que compôs essa trajetória
faz sentido
todo fragmento de matéria integrado à essa estrada
teve função decisiva.
mas essa é a quintessência dos tempos
o triunfo da vontade, minha luta,
o tormento do ideal.
me afogue na curva do rio
me acenda!

25 de fev. de 2009

GOING DOWN TO LONESOME TOWN

é isso. não tenho absolutamente nada. nenhuma lembrança que seja válida, nostálgica e/ou sã. não é que não estivesse em lugar nenhum há mais de meio ano atrás. é que simplesmente nada me puxava à superfície. e também não é que não houvessem pessoas aptas a transformar momentos em memórias futuras, é porque...nada que nasce do barro tem cheiro de rosas. chafurdei por um bom tempo na lama da incerteza, incoerência interna, alma agonizante escapando dessa carne odiosa.  não há mais sobre o que dissertar. o fato, incontestável fato é que sempre haverá essa lacuna. nada mudará isso. dias em que, tudo o que eles podiam fazer era ser o que foram feitos para ser, eu afundava na sinfonia dos enforcados. não não, não é auto-piedade, auto-flagelação já me trouxe auto-piedade em demasia. agora caio na câmara do presente (até que enfim!) e sei que nada que passou tem conserto. talvez fosse resignação, todos nascem predestinados...aceite, garota de cidade pequena! cresça, evolua como o vestido roxo com que desposaste o novo ano. que rumo tomar...sempre esbarramos nos patéticos jargões e futilidades léxicas enfeitadas com laços românticos. não fantasie mais a vida, ela é o que é, pisciana...

24 de fev. de 2009




Feel when i dance with you
We move like the sea
You
You're all I want to know
I feel free

Dancefloor is like the sea
Ceiling is the sky
You're the sun
and as you shine on me
I feel free.

16 de fev. de 2009

OH BABY MY HAIR'S ON END ABOUT YOU...

"no primeiro dia do ano, lhe mostrei minhas cicatrizes.
   Ó meu único amor, minha grande loucura."

13 de fev. de 2009

O SANGUE JORRA DE MINHA CRUZ

"...Se hoje eu sou estrela
amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
amanhã lhe tenho amor
lhe tenho amor
lhe tenho horror
lhe faço amor
eu sou um ator..."

12 de fev. de 2009

TRIBUTE TO A MIRROR-FACED GIRL


you long to walk through her blue corners

she's the wind with a glorious face
i think she quite likes pink
and telling tales
about long roads and
rhymeless ten line poems
she could be my open channel
and let it out somehow
she was thirteen and a year late
and now her soul blooms
in the middle of lascive hands and bubbly days

not a moment she will remember
the boy that hurted for her
you are only hurt, miss
and you keep smothering me in my dreams at night.

28 de jan. de 2009

A Rosa de Natalie

Era um homem que dava ares austeros, quase intocável. Ele se mesclava nas esquinas perdidas da cidadela, olhava para tudo de um modo imponente, rememorando um típico quadro de art noir.


Carregava consigo uma pequena maleta de couro marrom, bastante desbotada e antiga, por sinal. Vestia-se para ser o par perfeito das donzelas de Modigliani. Sua aura ríspida impedia qualquer um de arriscar a dizer quantos anos tinha...Era provável que já tivesse completado 60 janeiros.

“the rose you gave me,
it rottens sick
in a wild, painful
sunny saturday”

Estas palavras eram escritas pela mão esquerda de Natalie, no momento em que percebeu que estava sozinha e não sabia de nada...

Parece que somos subitamente tomados pelas mais inimagináveis obsessões...aquela coisa (ou criatura) estranha se instala e abre sua ferida pálida dentro de nós...e somos belamente conduzidos e introduzidos a este pequeno mundo fantástico de lembranças e nostalgia. Já vi pessoas vitimizadas por inúmeros tipos e cores de obsessões...Lucy sentia um prazer resignado quando se auto-mutilava – alfinetes, cacos de vidro, lâminas, facas, tesouras -...Mariana estranhamente venerava uma paixão passada de seu marido – Camila, a menina do beijo que não pode ser olvidado - ...Lisa, a moça que revivia mágoas e constantemente ameaçava quem se aproximava demais, ela dizia: serei a maior cicatriz que já teve...(ou a causadora, entenda como quiser).

O fato é que, obsessões e fetiches são apêndices obscuros da vida humana...pequenos mundos para onde direcionamos nosso excesso ou falta de alguma coisa...uma rosa que regamos todos os dias, sem saber que toda rosa é a mesma rosa – que toda obsessão tem, no fundo, a mesma causa – toda rosa é a mesma rosa que apodrecia aos olhos de Natalie numa tarde ensolarada de sábado. Apodrecia porque fazia parte do ciclo patético a que se resume sua efêmera existência, apodrecia porque...talvez não conseguisse suportar toda a carga de emoção depositada nela...apodrecia porque, assim como aquela menina que agora a estava velando, sentia e absorvia tudo à sua volta e tudo lá ficava...trancado como em um baú triste de um jardim distante...assim, sufocava sob gritos agonizantes e punhaladas rasteiras.

O homem da maleta de couro marrom também já havia tido sua rosa moribunda, sua natureza terminal....aguentou durante muitos anos viver nas entranhas de uma oficina escaldante, recebendo ordens e agressões. Tudo em silêncio mórbido. Hoje, em sua desgastada memória, consegue recordar ainda a menina que tinha o mesmo corte de cabelo de Hitler, e que lhe levava parafusos, todos os domingos. Ao abrir a porta dos fundos da oficina, ela lhe entregava meia dúzia e ia embora, sem jamais pronunciar uma palavra sequer. Obviamente, ele não entendia tal ato, mas sentia-se feliz por partilhar uma estranha intimidade com uma desconhecida, talvez único laço que ainda o prendia às garras da vida.

Agora, andando pelas ruas cinzentas da cidadela, ele se perguntava: por que havia se lembrado daquela menina justo agora? Na verdade, essas lembranças avulsas de seu passado morto lhe vinham de vem em quando em mente, como uma luz que de repente se acende no meio da escuridão, como se não estivesse totalmente acabado, como se ainda restasse algo mal resolvido.

A esta altura, aquele homem já havia se redimido de todos os seus pecados, que não foram poucos. De sua infância, conservou a profissão exercida desde cedo e nada mais...Endureceu com os anos e perdeu a ternura e inocência. Porém, inocência foi algo que permaneceu presente em sua jornada... Após a morte do pai, (o que teria sido extremamente prazeroso, se o velho não tivesse deixado dívidas e inimigos) tomou frente à oficina. Um galpão vasto e úmido, que ficava um tanto afastado da pequena cidade. Esses e outros atributos contribuíam positivamente para as atividades desse homem. Uma dessas atividades era consertar carros...

Acendeu um cigarro e entrou em um bazar com prateleiras opacas e sem brilho. Levou doces e a única boneca, que estava militarmente sentada na última prateleira. A boneca era de plástico e tinha a cabeça revestida com camurça. Uma de suas pernas estava quebrada na metade e um braço era mais curto que o outro, dando um aspecto atrofiado. Seus cabelos foram confeccionados de uma espécie de corda e eram desbotados. Estava com um vestido branco, o homem deu uma olhada por baixo e viu a etiqueta que trazia o nome da marca: Jenkins. Saindo do bazar, foi visitar um cliente a quem tinha ficado de prestar serviço naquele dia. O Sol estava insuportável e ele mal podia esperar para presentear com a boneca e os doces.

Natalie continuava observando a decadência perene da rosa de ontem. Enquanto jogava um punhado de terra sobre a flor murcha, cantarolava: “On est bien peu de chose, et mon amie la rose, me la dit ce matin...”

Era como se ela estivesse enterrando um filho, um infante de mãos e testa geladas, feito de sangue, água e amor. A fragilidade lhe esmagava o coração. Não queria se lembrar da história, do porquê estava ajoelhada ali, cantando para uma rosa em leito de morte. Mas estava ali não por vontade própria, e sim porque o menino que ela amava havia colhido aquela rosa e lhe entregado, e, ao mesmo tempo, lhe confessou: “É como se Deus tivesse arrancado um pedaço de mim e colocado em você...”

Depois disto, ele se beijaram – ato que marca o renascimento e comunhão das almas – e ele se foi...

Natalie já sabia como segurar a dor lá dentro...Amarrou-a com fios de cetim, que não resistiram por muito tempo...As lágrimas surgiram raivosamente, como se além do que já havia ocorrido, tivesse perdido agora mais essa batalha.

O que teria pensado naquele momento? Deveria ter ido atrás dele, mesmo que o orgulho a estivesse sufocando! Não importava, o fogo arrebatador que brotava era involuntário e titânico – despedidas são sempre precoces – ele nunca iria saber o que ela sentia.

Era isso, pensou Natalie. Não havia nada a ser feito. Era só existir...dentro de toda a humilhação e arrependimento que a carne pode suportar. Ela mirava o céu, jurou nunca ter visto tamanha harmonia entre as nuvens, ela, com certeza, teria de ser a única dolorida, a única que se sentia corroída pelo magnífico Sol em uma tarde de Janeiro. - Maldito mundo, murmurou. - Aquela garota havia morrido, pra nunca mais ressuscitar.

Chegando à casa do cliente – um chalé na beira dos trilhos – o homem da maleta de couro marrom tocou a campainha e aguardou pacientemente. Foi um menino, que deveria estar no auge de seus 8 anos, quem atendeu à porta. Após o óbvio diálogo que deveri a acontecer, o garoto disse que estava sozinho em casa, que seu padrasto já voltava. O homem estremeceu. Não poderia ser...durantes os últimos anos ele vinha tentando fugir dessa situação mas agora tudo conspirava a favor...ele não podia fugir de seu próprio destino! “Esta é a oportunidade, não posso mais renegar minha natureza!”

Aquele pensamento foi o momento crucial. Realmente, era inútil tentar se afastar, já estava envolvido. Todas as contradições vinham se encontrar agora. “Vá! Entregue a ele os doces e a boneca! Não! Só os doces já serão o suficiente...sussurre o que você sabe que ele quer ouvir! Nos fundos? No jardim? Na beira dos trilhos? Não importava!” A comoção que tomava conta de seu corpo era imensurável e impossível de ser detida.

Os olhos de água salgada do menino emitiam uma interrogação. Mas era como se ele estivesse querendo aquilo, sim, eles sempre querem, pensou o homem. E, acendendo um cigarro, olhou mansamente para o céu fatídico daquela tarde de janeiro e disse, em um tom de voz aveludado:
- Eu o esperarei aí dentro, se você não se importar.

O menino assentiu com a cabeça e deu passagem ao homem.

A rosa de Natalie jazia em seu delírio.

Ouvi dizer que, certas coisas só podem ser manchadas uma única vez, e também que, lobos sempre serão lobos, mesmo revestidos por pele de carneiro.

DIVAGAÇÕES RETÓRICAS DE UM MISANTROPO

"ser feliz é isso. viver sua própria vida e não fazer mal a ninguém." não, a vida não é isso. Sempre sonhei em retrucar a tais aforismos neo-otimistas, mas nunca aconteceu, talvez por falta de incentivo, talvez por falta de delicadeza, você sabe, não sabe? que não é muito interessante se fazer notar na sociedade se você possui pensamentos (ou até mesmo fragmentos de pensamentos) subversivos.


A verdade é que sempre fiquei em meio à multidão, apenas outra ovelha dentro de todo o rebanho, como se diz. Nunca senti uma força maior que me impelisse a revelar minhas idéias; na verdade, senti. Mas nada tão arrebatador.

Pra gente como eu, é como se o senso comum fosse o maestro que conduz o universo, sem ele, nós entraríamos em estado catatônico de divergências, ficaríamos literalmente fora da afinação (perdoem as metáforas cretinas).

No fundo, sou um idealista nato, mas lamento que a liberdade nunca tenha vindo bater a minha porta...talvez fosse isso, talvez eu devesse ter ido à procura dela. Mas não, debalde, ficava mirando profundamente as estrelas, quase espremendo-as com os olhos.

Inconstância também atrapalha. Você sabe? eu deveria era escrever um tutorial, não sei exatamente sobre qual tema, mas algo próximo de: divagações retóricas de um misantropo.

Não sei, simplesmente não sei, a cada palavra que avanço, caio em mais dúvidas, contradições e inseguranças...Voltando ao aforismo neo-otimista do início, é um tanto impossível só viver sua própria vida. Quantas vezes nos perdemos dentro da bagunça, da poeira e das cicatrizes dos outros? e isso sem jamais estar consciente. talvez a frase esteja querendo nos dizer para viver uma ilusão...tudo é uma ilusão! ser feliz é efêmero e extremamente ilusório, coisas de povos estranhos e com alma de água. Sem falar que existem sentimentos secundários (vamos chamá-los assim) e também involuntários - na maioria das vezes - como a inveja, o ciúme, o auto-desprezo...ah, o auto-desprezo anula qualquer possibilidade dessa frase se tornar verdadeira. Ah, se anula...

No entanto, talvez seja isso...ser feliz. viver sua própria vida e não ferir ninguém...você talvez não esteja entendendo, eu preciso desabafar. o trabalho é árduo demais. (merda, preciso parar de usar "talvez". maldita inconstãncia/instabilidade)."

-sebastian steiner .

25 de jan. de 2009

A MENINA DOS OLHOS

she isn't real

I can't make her real
she seemed dressed in all of me
I'd do anything to have her to myself
she's everything to me
the unrequited dream
a song that no one sings
the unattainable
she's a myth that I have to believe in

"and do you think it doesn't hurt inside here?"
that was the last time I said I love you to her.

22 de jan. de 2009

CLOUDS






open my scars
let out my stars
slut me open and
suck my scars


slut kiss girl

20 de jan. de 2009

WATCHING YOU BURN

deixe o mundo imprimir sua prostituída-sagrada marca em sua testa


sim, o mundo nos trata como gado.
e nos distingue em duas temíveis categorias:

CARNE BOA
CARNE MÁ

quando você é carne boa (o que significa que você é uma boa presa e o mundo vai indubitavelmente te engolir) as coisas fluem facilmente e não causam dano algum no seu crânio. sua execução será silenciosa e transparente.

VOCÊ PODE SER CARNE DE PRIMEIRA!
EMPRESTE UM PEDAÇO DE CARNE PARA O PROGRESSO!

mas, quando você é classificado como carne má, isso te leva a um beco aberto, com cercas e correntes que esmagam o seu bom senso.
o mundo te dá diagnósticos cruéis e te prescreve pílulas doentes, que cheiram a cinismo.

e lembre-se: quando você é carne má, você está eternamente condenado, não há possíveis futuros escapes.

Porém, se você é carne boa, qualquer ato escorregadio pode te rebaixar na cadeia alimentar mundial.

CARNE EM NOME DO PROGRESSO!

13 de jan. de 2009

IT'S JUST A RIDE...

e mesmo que ele não pudesse ouvir os acordes e a melodia, na qual eu ia fluindo absortamente, seria diferente...Eu sei que ele diria vá em frente, e sorriria...e isso mudaria tudo.

você se vê esmagado pela existência que sempre jurou evitar...

12 de jan. de 2009

A PAIXÃO CÓSMICA

Eu te amo pássaro homem de minha janela

Por quantas vezes que morri à tua espera?
E te esperei nas trilhas de meus parques
Até que a vida no fim da noite me acenasse
E me falasse do extremo azul da alegria
Da magia de teu ser em minha floresta
Se o dia abre sua fresta
A longínqua estrela escorrega a claridade.

Não há embarcações nas ruas da cidade
Apenas o deserto estende sua planta
Meu coração canta absoluto
És a sinfonia que escuto
Os seios da noite são os teus desejos
Sou a face oculta do teu beijo`
Procuras meu sonho no sopro das cordilheiras
Ficaste assim à minha busca a vida inteira. [...]
Denise Emmer.

11 de jan. de 2009

ENTRA EM MIM, COMO EM UMA TELA DE RENOIR

o conformismo deve ser aniquilado.


"Suzanne takes you down to her place near the river.
You can hear the boats go by,
You can spend the night beside her.
And you know she's half crazy,
But that's why you want to be there.
And she feeds you tea and oranges that come all the way from China.
And just when you mean to tell her that you have no love to give her,
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover.
And you want to travel with her,
And you want to travel blind,
And you know she will trust you,
For you've touched her perfect body with your mind..."

8 de jan. de 2009

Ao longo das janelas mortas...

Ao longo das janelas mortas

Meu passo bate as calçadas.
Que estranho bate!... Será
Que a minha perna é de pau?
Ah, que esta vida é automática!
Estou exausto da gravitação dos astros!
Vou dar um tiro neste poema horrível!
Vou apitar chamando os guardas, os anjos,
Nosso Senhor, as prostitutas, os mortos!
Venham ver a minha degradação,
A minha sede insaciável de não sei o quê,
As minhas rugas.
Tombai, estrelas de conta,
Lua falsa de papelão,
Manto bordado do céu!
Tombai, cobri com a santa inutilidade vossa
Esta carcaça miserável de sonho...

Mário Quintana

6 de jan. de 2009

Quorsum haec tam putida tendunt?

will be chasing the starlight

Until the end of my life
I don't know if it's worth it anymore

Hold you in my arms
I just wanted to hold you in my arms

My life,
You electrify my life

But I'll never let you go
If you promised not to fade away
Never fade away
Our hopes and expectations
Black holes and revelations

Elogio Da Loucura - Erasmo de Rotterdam

"Eu dizia então, que a fortuna ama os insensatos, os homens ousados e temerários, os que dizem como César, ao cruzar o Rubicão: A sorte está lançada. A sabedoria torna os homens tímidos. Assim é comum ver os sábios constantemente às voltas com a pobreza, a fome e a dor, vivendo na obscuridade, desprezados e detestados por todos. Os loucos, ao contrário, nadam na opulência, governam os impérios, em suma, desfrutam do destino mais feliz e mais próspero."


"É doce desvairar no momento certo. É preferível passar por um homem em delírio e sem nenhum talento, do que ser sábio e atormentado o tempo todo."

"Ora, se escondemos com tanto cuidado as coisas preciosas e deixamos ao arbítrio de cada um as que não têm valia, não é evidente que isso quer dizer que a loucura é mais preciosa que a sabedoria, pois ele ordena esconder uma e proíbe esconder a outra?"

"Definir-me seria dar-me limites, e minha força não conhece nenhum."

"Dizei-me, peço-vos, é a cabeça, o peito, o rosto, as mãos, as orelhas, é algum desses membros honestos que engendra os deuses e os homens? Em absoluto. A parte que serve à propagação ao gênero humano é tão doida, tão ridícula, que não saberíamos dominá-la sem rir."

"E, de boa fé, qual é o mortal que quereria sujeitar-se ao casamento se tivesse considerado antes, como homem sensato, os inconvenientes desse estado? Qual a mulher que cederia às demandas amorosas de um homem, se tivesse pensado a sério nos incômodos da gravidez, nas dores, nos perigos do parto e nos trabalhos penosos da educação? Ora, já que deveis a vida ao casamento, e os casamentos são formulados pela Demência, que é uma de minhas seguidoras, julgais quantas obrigações me deveis."

"A vida mais agradável é a que transcorre sem nenhum tipo de sabedoria."

"Aliás, têm elas outro desejo na vida senão o de agradar os homens? Não é esse o objetivo dos enfeites, das maquiagens, do banhos, dos penteados, dos perfumes, dos odores, enfim, de todos esses preparados cosméticos que servem para embelezar, pintar ou disfarçar o rosto, os olhos e a pele? Pois bem, não é pela loucura que elas podem atingir esse objetivo tão desejado? E, se os homens toleram tudo nas mulheres, não é unicamente em vista do prazer que delas esperam? E esse prazer, o que é senão a loucura? Estaremos convencidos dessa verdade se atentarmos a todas as futilidades que um homem diz, a todas as loucuras que ele faz com uma mulher, sempre que tem vontade de gozar de seus favores."

"A amizade é o maior de todos os bens; tão necessária à vida quanto à água, o fogo e o ar."

"Fechar os olhos para os desregramentos dos amigos, iludir-se sobre seus defeitos, imitá-los, amar neles os maiores vícios, admirá-los como se fossem virtudes, não é isso o que se chama entregar-se à loucura? O amante que beija amorosamente uma mancha que percebe na pele de sua amante [...] Sim, dizei quanto quiserdes que são loucuras, e loucuras das mais mais completas; mas admiti, no entanto, que são essas loucuras que formam e mantêm as amizades."

"Pois há alguma coisa no mundo que não traga a marca da Loucura, que não seja feita por loucos e para loucos? Se alguém quiser opor-se sozinho a essa loucura universal, aconselho-o a seguir o exemplo de Tímon, o misântropo, e a enfurnar-se numa solidão profunda para ali desfrutar, sozinho, sua cara sabedoria."

"Ora, o homem não é mais infeliz por ser louco do que o cavalo por não saber gramática, pois a loucura está ligada à sua natureza."

"A natureza é inimiga de tudo que a dissimula e a constrange, e seus produtos mais perfeitos são aqueles que a arte não corrompeu."

2 de jan. de 2009

"O amor verdadeiro é como a morte, ele consome tudo o que não for igual a ele."


Actually, as we grow older in age, we grow shorter in courage and dignity.

I need an open channel
to let it out
a solitary soul
to share
my solitary world
to cover with flowers
when it rains
to cover with blankets
when it's sunshine
goodbye my darling
sorrow has mended us together
this is a new face of you Imarvel
and there's nothing
not even heaven above
or flesh and boned brutality
that can tear us apart.

Love...love will tear us apart again...

the color of music