30 de jun. de 2011

liberte a revolta; (que há em você)

(trecho escrito em um momento de revolta, o qual chamamos, popularmente, de "momento che guevara". ele reagiu com rage against the machine e provocou uma combustão geral. Acho que dá pra dizer que é um pouco pessoal, mas ainda prefiro escrever sob um eu-lírico masculino).

Aqui estou eu; mãe, pai...ao contrário do que as suas preces e pedidos rogavam, me transformei em um rato subversivo, que vagueia pelo submundo dos esgotos fétidos, sempre tentando corroer pelas beiradas o sistema podre que os embala. Não adianta chorar nem amaldiçoar, porque uma vez que a ave da revolução pousa em seu ombro esquerdo, não há mais volta...abri meus olhos para tudo o que há lá fora. Me tornei tudo aquilo que vocês temem e desprezam...Meu poder é minha palavra, meu amor a minha liberdade, meu prazer a poesia. Sou um renegado do lar, o traidor da grande herança, o amante das ruas..e de todas as garotas nuas com seus cigarros à boca. E então eu digo, pai, não tente vir me buscar, não tente me levar pra casa; estou vivendo minha utopia à minha própria maneira agora, a paz de espírito me sequestrou e não há resgate que você possa pagar.
S.Y.

21 de jun. de 2011

Off the Rails;

"we've been keeping each other on this misery diet for so long. it's not fair."

I had been planning to do that for a while now. in every bit of free time I had...in a break for coffee and a cigarrette, in the elevator moving from one floor to another, in the hiatus between lying down and falling asleep. but still, I couldn't figure out a way, the right one, to do it.

as of her, she seemed to be alienated from everything. from our life and troubles together, from the pain left from the weary struggles. she had this bubble of sedatives where she could hide in whenever I dared to start talking about that...

that...I've never been so sure about anything in life, you know? but right now, I knew I needed to end this. I've come to the redundant conclusion that I actually hate her. there was nothing clutching me to her anymore. now it was only this empty, ancient feeling that barely survived in the rooms of our mind. like an old, unwelcome memory you try to get rid of, but still you keep dreaming about it, seeing it...it's called karma, isn't it?

so here I stand, apparently at the last stage of a rehab...where the ex-junkie feels some kind of dawn, breaking inside of him, the resignated state of mind that makes one want to move on. and that's exactly what I had to do. I lit up the last cigarrette from the pack and stood up, walking fast to the exit of the coffee shop, trying to feel something pouring in the air...words, I suppose.

as I walked down the streets, half shivering, half warmed by the smoke, I caught glimpses of her. her devastated face reacting to the sound and meaning of every word I spoke. how she would curse and scream and weep, telling me I'm the great traitor of her happiness. she would think about suicide...homicide, perhaps. and in the middle of the whole scene, she would quote melodramatic, determinist lines, trying to demove me from my one and only decision: to leave her.

seeing that it'd be of no use, she'd finally tell me I'm scum...that I failed to deserve her and all that bullshit I had to hear one million times before. usually, in situations like these, I tend to evade my thoughts, thinking of a song, or a quote from a book that'd fit perfectly to the moment. to the moment I was about to go through, it came naturally to me, whispered: "but it ain't me, babe...no, no, no, it ain't me, babe. it ain't me you're looking for, babe". a folk lullaby sung to the heartbroken ones. but no, not this time. maybe some trashy heavy metal song to cradle destruction and fire. yeah, that'd do.

I was getting really near. only 2 blocks away. in a few minutes, I was going to turn in the corner of the sreet where she lived. I was starting to get chills. maybe it was only the wintertime. I tried to seek for something else inside my head, something that wouldn't make me want to turn back and run to the nearest pub to wash everything off with alcohol. oh, alcohol, where'd I be without you? this made me smile.

but I'm not the character in a movie...these are real relationships, real bullets. do I care about her feelings? no. I don't think she has that. she spends so much time in this half-world, high on her own pain. besides, I really don't give a fuck. I need to live and be a part of the human race...well, in my own way. and this desire for survival has stricken upon my soul so strongly.

I had past the entrance door of the building when I woke up from my inner monologue. I noticed it was 9 o' clock, the close of a silent grey day of november. third floor, I climbed up the stairs, hands on my pocket (seeking for words again), reviving dead and gone times in the corridor, where we once smiled together. I take my time before knocking, fuck, I've delayed this for months, trying to come up with a better way out, but this is it, it's the final cut, the edge of a season.

I knocked, but no one answered. maybe she's out, I'll come back some other time, I just feel like going somewhere dark where they have jack daniels. I forced myself to turn the doorknob, and it was open. I entered. at first glance, everything seemed right, the usual messy room...clothes, books and dolls displayed all over the cubicle. I closed the door and stood there for about a minute, tripping inside my own thoughts. She should be in the bathroom. When I moved my foot to start walking, I notice some stains on the sheets, I take a closer look: they're fresh red. the blood must've been spilled within the last...5 minutes? I'm stuck to ground and breathing fast.

I turn around and see the bathroom door almost closed. nothing else existed in that very moment; all my fears condensed into one single move, one single possibility. just stop thinking and act, you asshole! I took the step till the door and pushed it slowly until it hit the other side of the wall. she was lying there inside the bathtub, with her eyes closed, and the water was deep red. pending from the border of the tub, was her left arm. at that point, any kind of excuse or sound I was trying to make, simply vanished from my psychological reality. I chocked on my own boiling anger.

was she there 'cause of me? didn't I love her enough? I fucking left everything behind just to please her, took every arrow and stone she threw at me for granted, just to make it right. and there she was; bled to death, veins scarred open wide on a hot water bathtub. jesus, how could she do it? that was a stupid question now. warm repressed tears started falling as I tried to drag her outta there, in vain. she felt so cold and heavy in my arms. though that was the first time i think I really felt her, her skin was going to rot in my hands if i stood there yet it felt so true and human.

I couldn't tell if i felt sorry, if i felt angry, if i felt sad or guilty. I can only recall that feeling of smashing reality that took place when i held her cold body, the huge cuts in form of crosses within her wrists. when I touched her for the last time.

15 de jun. de 2011

uma sobre cultura;

A pergunta que paira no ar é: como você sabe que é real? quando digo real, não me refiro à dimensão material, um ser com um crânio pensante, ossos, carne e sangue. Não. Eu falo da dimensão psíquica; se você tem apenas uma persona programada para funcionar socialmente ou se realmente tem uma identidade (não sei se é essa a palavra), mas que se entenda por identidade: sentimentos, opiniões e vontades próprias do seu crânio pensante. Não sei se existe uma resposta pra essa pergunta..

Você já se perguntou sobre isso? ao invés de apenas continuar vivendo as mesmas coisas, sendo conivente com uma teia de falsidades e artificialidades? creio que poucas pessoas se perguntam isso, ou melhor: tem os culhões pra se perguntar isso e refletir internamente. É claro que a resposta cada um sabe, ela repousa silenciosamente, no fundo de todos nós. É clichê, mas pura verdade...ninguém pode enganar a si mesmo. E o acerto de contas? ah, isso é com você mesmo e com a sua consciência também. Li um texto que me fez pensar bastante, e me deixou bastante desconfortável com toda essa questão.

Nos últimos tempos virou modinha ser cult; underground. gostar de filmes, músicas, livros, estilos de roupa e cabelo que são um tanto quanto desprezados pela grande massa, que são considerados "alternativos". Essa nova "modinha" criou todo um submundo do cult, onde as pessoas (principalmente jovens) competem pra ver quem ganha o título de "mais cult" do grupo. O problema é que muitos desses jovens, assistem a tais filmes, ouvem tais músicas e compram tais roupas apenas pra poder se inserir nesse submundo e parecer intelectual. Quando na verdade, eles são totalmente falsos, porque não sabem merda nenhuma sobre essas coisas que dizem gostar, e o pior, eles não têm nenhum pingo de senso crítico, não param pra elaborar a ideia daquilo que está sendo transmitido, só recebem, como meros bitolados que são. Então, como a gente pode constatar diariamente, a cultura também pode alienar.

O ponto do texto é dizer que isso não faz nenhum sentido. Qual é o sentido de se submeter a certos paradigmas só pra poder se inserir em um grupo? quando aquilo não tem sentido algum pra ti. Ter um cabelo colorido com o cortezinho alternativo do momento, usar calça skinny, camisa de flanela, ray ban, alargador, assistir a kubrick e tarantino, ouvir beatles ou bob dylan...nada disso vai te tornar REAL. o que importa é o que tu tira de tudo isso, o que sobra da carapaça social que envolve tudo, porque sem essa reflexão, no final tu acaba só enganando a ti mesmo, chegando a um vazio redundante.

Nada contra quem se auto-intitula cult, apenas contra os cult que não fazem sentido. Eu não me considero rotulada dentro dessas denominações, e acredito que como eu, existam muitas pessoas que ouvem, assistem e se vestem de uma determinada maneira porque sinceramente gostam, porque acreditam nesse "estilo" de vida. Eu ouço beatles e bob dylan porque gosto, vejo kubrick e tarantino porque gosto mesmo...e não pra parecer algo que eu não sou perante o resto. Então, encerrando com um velho clichê (oldie but goodie): seja tu mesmo, gostando ou não de coisas alternativas, contanto que aquilo que te constroi tenha um significado de verdade pra ti.

14 de jun. de 2011

psicanálise & os astros

Só pra esclarecer, o conteúdo desse post não tem nenhuma pretensão verdadeira, foi só uma ideia bastante tosca que me ocorreu ao assistir a um documentario sobre Freud e a invenção da psicanálise, portanto, não é pra ser levado a sério. Tendo dito isso..enjoy!
fileira de baixo (esq-dir): Freud, Hall, Jung
fileira de cima (esq-dir): Brill, Jones, Ferenczi

Sigmund Freud - Touro: o teimoso.
Típico cabeça-dura, prefere perder um amigo a ceder a uma opinião diferente da sua. Como qualquer taurino respeitável, tem o prazer como principal objetivo da vida. Isso explica sua teoria da sedução, o interesse pelo papel da sexualidade e a vontade de prazer, que seria o principal motor da vida humana. Ciumento e possessivo - seja com sua mãe (o início de todo o drama), esposa ou filhos - o complexo de édipo e outras teorias básicas da psicanálise não poderiam ter sido pensadas por outro signo!

Carl Jung - Leão: o showman.
Sendo um signo típico de reis e líderes, Jung não poderia ter ficado sob a asa da psicanálise freudiana pra sempre; criou suas próprias teorias, seu próprio movimento, onde ele seria o centro das atenções e comandaria outros, meros súditos. Sua parceria com Freud, um taurino nato, esteve sempre com os dias contados; de um lado, Jung querendo inovar a psicanálise com suas próprias ideias, de outro, Freud, que nunca iria se render a nenhuma opinião alheia. O leonino tem a necessidade de brilhar, de ser o sol, isso explicaria também porque Jung sentia possuir duas personalidades distintas: um eu exterior, e um eu interno, que tinha uma proximidade especial para com Deus; vejam a prova da vaidade e exibicionismo desse signo!

Sándor Ferenczi - Câncer: o sentimental.
Apesar de não ser tão lembrado quanto Jung, Ferenczi também foi um grande psicanalista, sendo muito próximo de Freud...ora, isso é óbvio, sendo um canceriano, nada é mais importante do que ficar bem próximo dos amigos (a não ser ficar perto da mãe). Aliás, nada é mais importante do que as pessoas que ama, ele tende a ser possessivo e defende-os com toda a sua comovente força de vontade. Uma de suas crenças (que, adivinhem...foi recusada por Freud!) era a de que a terapia seria mais eficiente para ambos terapeuta e paciente se eles mantivessem uma relação mais próxima; nada de neutralidade terapêutica! o que ele queria mesmo era contato; abraços, toques, dar e receber presentes, etc. Como já dito, o canceriano é extremamente apegado à mãe, sendo assim, Ferenczi julgava que essa terapêutica de aproximação seria ideal em casos de pacientes que não receberam afeto materno; vejam como é sensível e atencioso esse signo!

Ernest Jones - Capricórnio: o ambicioso.
Já começamos à toda velocidade, porque o capricorniano é assim: não para nunca, sempre almeja mais, querendo chegar ao topo a qualquer custo. O único britânico dessa lista, Jones realizou inúmeros trabalhos e pesquisas importantes para a psicanálise, além de ter ocupado vários cargos renomados (incluindo a Associação Internacional de Psicanálise), como manda o manual do cabrito, é claro. Além de tudo isso, ainda foi o biógrafo oficial de Freud. Haja obstinação e trabalho árduo pra um signo só!

7 de jun. de 2011

Sid & Nancy - Love Kills (1986)


   Não sabia que ia ser tão difícil conseguir postar sobre todos os filmes que eu assisto. porque são muitos, porque, geralmente, não paro pra "elaborar" a ideia do filme, porque..enfim, eu também tenho outros afazeres.

   Comecei bem essa semana, assisti a Sid e Nancy, um filme que eu já queria ver há muito tempo. e não me decepcionou, nem um pouco. Queria ver porque falava sobre o Sid Vicious, e eu sempre procuro ir atrás de materiais que falem sobre "ícones" da história do rock, e também porque gosto bastante de Sex Pistols, além de aquela ideia de "live fast, die young" sempre ter me interessado.

   Hoje eu já não tenho mais dúvidas: se o filme tem o Gary Oldman no elenco, é certo que é bom. E nesse filme, em especial, acho que dá pra ver bem o quão talentoso e criativo ele é. Apesar de sempre ter achado que a Courtney Love faria melhor o papel de "crazy bitch", a atriz que fez o papel da Nancy me agradou, Chloe Webb, achei as duas parecidas fisicamente.

   O roteiro todo mundo sabe: Sid Vicious, "baixista" e grande ícone da imagem punk dos Sex Pistols, acaba conhecendo essa groupie americana, Nancy Spungen, que acaba introduzindo ele ao mundo da heroína. Eles mantém essa relação totalmente instável de amor e ódio, sexo e heroína, vemos a o fim da banda e a consequente decadência de Sid, até o polêmico episódio da briga entre os dois, no famoso quarto 100 do Chelsea Hotel, em Nova York; onde Sid teria esfaqueado Nancy. Ela morre, e 4 meses depois, ele (overdose de heroína). A morte da Nancy continua sendo motivo de debates até hoje, não se tem certeza do que aconteceu, mas, de acordo com algumas evidências encontradas no quarto do hotel, e também dos depoimentos do Sid, ela teria incitado ele a fazer aquilo, não foi proposital. Eu concordo com essa versão.

   Minha opinião sobre o filme..bom, sinto que se eu estivesse melhor informada sobre os fatos que são retratados no filme, tanto sobre a banda, como sobre ambos, eu teria uma convicção mais forte sobre o que eu vou dizer. Tenho que ler bastante sobre o assunto ainda! Mas, depois de ter assistido o filme, que não é necessariamente a realidade, o sentimento que me passou foi de surpresa. Porque dá pra ver claramente, digam o que quiserem, que a Nancy era só uma groupie drogada. sobre o Sid, acho que não só pra mim, mas pra todos os fãs, ele representa o jovem daquele momento histórico específico, dentro do movimento punk. Resumindo, ele era só um guri que queria achar um lugar no mundo, e acima de tudo, se divertir. o Gary Oldman também me passou a imagem de um guri carismático e um tanto ingênuo, que não tinha muita 'noção' do significado das coisas que aconteciam, ele só "vivia", do jeito que ele achava melhor. Não consegui expressar tudo o que eu senti ao assistir ao filme, mas com certeza é por aí. Acredito que uma das mensagens principais do filme seja: "crianças, não usem drogas!" pra mim ficou bem claro.

   Mais tarde, li os comentários que o Johnny Rotten (vocalista dos Pistols) fez sobre o filme; quando perguntaram pra ele se o filme tinha "acertado em alguma coisa", ele respondeu: "talvez no nome 'Sid'". Aí já dá pra ver que ele odiou completamente o projeto todo, já que ninguém contatou ele na pré-produção pra falar sobre a banda ou sobre Sid/Nancy, o que eu achei ridículo, afinal, ele vivenciou tudo aquilo de verdade. Pelo menos ele reconheceu o trabalho impecável do Gary Oldman no filme.
Encerro com uma frase do Sid, encontrada em um bilhete depois da sua morte, e que mostra bem a relação junkie que os dois tinham:
" We had a death pact, and I have to keep my half of the bargain. Please bury me next to my baby in my leather jacket, jeans and motorcycle boots. Goodbye. "

algo como:

" Nós tínhamos um pacto de morte, e eu tenho que cumprir minha parte do acordo. Por favor me enterrem perto do meu amor com minha jaqueta de couro, jeans e botas de motociclista. Adeus. "

1 de jun. de 2011

Psico-oncologia.


Li hoje na revista Mente & Cérebro uma reportagem sobre a psicologia do câncer, e achei muito interessante, não só por já ter tido parentes próximos com a doença, mas também porque ela tocou em pontos que eu acho bem importantes nesse processo todo que a envolve; desde antes do diagnóstico até o tratamento.

Uma curiosidade que eu não fazia ideia é a de que a forma das células cancerígenas tem uma semelhança com a forma do caranguejo, daí o nome, câncer. A gente vê isso também na astrologia, o signo de câncer-caranguejo. E a doença é representada por esse crustáceo porque, colando da revista: "o caranguejo é um animal noturno que vive quase sempre imerso, invisível, e se desloca de maneira característica: de lado, com movimentos mal coordenados e imprevisíveis. Agressivo, de olhos fixos, apodera-se de suas presas." Ou seja, é uma bela metáfora que descreve o comportamento da doença, ela é latente, e quando resolve aparecer, sempre imprevisível, ataca com toda a sua força.

Hoje, câncer não significa mais sentença de condenação à morte, por mais que muitas pessoas ainda acreditem que sim, a doença pode ser vencida se for descoberta bem cedo. De um jeito ou de outro, o diagnóstico causa muito impacto no paciente e também nas pessoas ao seu redor, que são afetadas de modo quase equivalente, é uma sensação imensa de impotência perante o problema. É isso que o artigo destaca, a importância do apoio familiar e médico ao doente. Todo mundo sabe, ou pelo menos deve imaginar, o quão difícil é passar por todo essa situação; desde as consultas intermináveis em médicos diferentes e exames pra saber o diagnóstico, até a aceitação daquele fato - que provavelmente é a parte mais difícil - até o tratamento e a lida diária com aquela nova verdade.

Foi desse emanharado complexo que surgiu a psico-oncologia. Pra dar uma orientação psíquica pro paciente e também pros familiares dele. Os profissionais da saúde finalmente perceberam que tratar a patologia não é a única coisa que se pode fazer, mas também tratar o indivíduo em si, os seus medos e os seus questionamentos, uma vez que o modo como ele vai enfrentar essa situação muda tudo. emprestando mais uma frase: "O fortalecimento do estado emocional proporciona à pessoa maior adesão ao tratamento e melhor resposta física, assim como mais equilíbrio e entendimento do que acontece com seu corpo e seus sentimentos."

Segundo a OMS, em 2020, cerca de 15 milhões de pessoas, de ambos os sexos, terão algum tipo de câncer. Tá aí outro motivo que torna o apoio psicológico tão válido e bem-vindo. A doença provoca uma série de perguntas existenciais, como; "porque isso está acontecendo comigo?" ou "eu não mereço passar por isso, porque sempre fui uma pessoa boa". Causa muita dor e revolta, a gente nunca para pra pensar que doença e morte fazem parte do ciclo inevitável da vida, e que o fato de termos sido pessoas boas não imuniza nosso organismo. Outro elemento importante nesse acompanhamento psíquico é a fé. Não importa ao psicólogo saber qual a religião do paciente, mas sim o quanto ele acredita, pois ela pode ser uma aliada importante no tratamento.

Pra terminar, coloco aqui os 3 objetivos principais da consulta psico-oncológica:
1 - Falar sobre si mesmo, ainda que o médico não pergunte: é importante para o médico saber como o paciente está se sentindo, porque franqueza e confiança - de ambas as partes - facilitam a relação e o tratamento.

2 - Perguntar tudo o que desejar saber: deixando claro que não existem "perguntas idiotas", se há uma dúvida, ela tem um porquê de existir e é dever do profissional esclarecê-la. Não é bom só pesquisar informações pela internet ou dar ouvidos a conhecidos, que relatam casos que muitas vezes não tem nada a ver com o do indivíduo. Cada caso é um caso.

3 - Não sair do consultório com dúvidas: se o paciente não entender a linguagem técnica, ele deve perguntar.