8 de dez. de 2010

new old thought

"um suspiro em uma casa vazia,
uma amizade que de repente se estralhaça ao som do vento,
dois irmãos siameses incomunicáveis,
meia grama de soma para todos os males."

escrevi isso há 1 ano e tanto atrás. e só agora faz total sentido pra mim.




5 de nov. de 2010

V

remember, remember the 5th of November
the gunpowder, treason, and plot 
I know of no reason why the gun powder treason
should ever be forgot


30 de ago. de 2010

lust for life

é possível enterrar o passado? ouvindo lust for life tudo fica mais leve, mas quando chega na hora decisiva, tudo volta. e são sensações obscuras em uma tarde chuvosa de segunda. nostalgia e agonia mutilantes. eu gostaria muito que você viesse para o jantar. então nós poderíamos reconstruir cenas e registrar momentos. como nos velhos tempos. diz que me ama à meia-luz do túnel...à sombra inesperada de um abraço. olhando no espelho enquanto nos abraçamos.
e da solidão surgem faíscas. surgem os frutos de um mundo à parte, magnetizado e estático, centrado na efemeridade dos dias. eles estavam passando tão felizmente breves, mas agora, no frio, veterano de guerra, e na chuva, inimiga dos planos de final de semana, tudo se estende um pouco mais.
o vento chora, eu não gosto de ouvir ele, Jim Morrison. (e eu tenho medo das direções que você possa tomar).
é. eu gostaria que você viesse para o jantar.

4 de ago. de 2010

as the train goes by...

"eu sei que ela nunca lerá isso. mas, de alguma forma estranha e desajeitada, PRECISO pôr tudo pra fora. ela provavelmente nunca saberá o que são dúzias e dúzias de noites mal dormidas, mastigadas e cuspidas repetidamente, com o coração e a alma totalmente em frangalhos. a dor corroi meus neurônios, colorindo tudo com a irracionalidade; a paixão, o estúpido, idiota amor.

lembranças de dias bonitos sempre se sobrepôem às memórias ruins, supostamente é uma vantagem, mas não quando se é alguém como eu, que ama incondicionalmente o interior imperfeito da criatura amada. incondicional, alguém sabe o que é isso? duvido muito. incondicional é sorrir quando se quer chorar, é esquecer instantaneamente uma discussão ou frase fria, é disfarçar com beijos um olhar indiferente, é, sobretudo, ACREDITAR fielmente na eternidade do estúpido, idiota amor.

nada mais é interessante, lindo nem mesmo engraçado sem a presença dela. carência, obsessão, loucura? não sei dizer...apenas sei que tudo é melhor ao seu lado. e conforme o tempo passa, maior se torna a minha dependência, e maior se torna a vida dela. há sempre um tempo quando, dizem, as pessoas precisam MUDAR de ares; pessoas novas, bebidas mais fortes, livros mais complexos. e é justamente disso que tenho medo. de ficar enterrado no passado antiquado e esquecido. nada parece ser mais doloroso do que ser deixado para trás. não há um EU, há somente um "nós", os dias não passam sanos se não penso nela, se não desejo estar com ela...mas tudo está se tornando cada vez mais escasso, SECO; tardes juntos, madrugadas, passeios sem rumo, sonhos sem sentido, confissões inesperadas, visitas ao acaso, surpresas e mimos, tudo isso está tão apagado entre os dias, e simplesmente não sei o que fazer.

sento e observo o curso natural da vida. o nascimento, la vie en rose, o desenvolvimento, o clímax, e por fim, o longo e pesado desfecho. encerrando as cortinas de mais uma estória vitimizada pelo tempo..."

21 de abr. de 2010

hopeless emptiness.

por uma simples frase, descida do meu pedestal de escritora-observadora, me sinto pequena. não porque fui deliberadamente ofendida, mas sim porque talvez seja a mais pura verdade. e se for?
existir e viver são coisas completamente distintas, fato? fato.
assim como de uma hora para outra falamos alguma bobagem e estragamos tudo, também podemos, de uma hora para outra, parar de viver.
simplesmente estagnar. atrofiar. paralisar.
já cheguei em um ponto, onde, percebi que tinha me tornado tudo aquilo o que eu sempre abominei. por culpa imparcial de atitudes extremamente passivas em relação a tudo. deixar acontecer, deixar a bolinha de neve se converter em uma enorme avalanche. é triste, dá raiva. mas no final resta o de sempre: você e o seu erro. o fato é que, estou sim, bastante estagnada, mas estou trabalhando nisso...o resto prefiro omitir.
¬¬''

23 de fev. de 2010

maio de 2008

Por que, deveras, algumas palavras não necessitam ser exteriorizadas?
Creio que, em alguns momentos, até mesmo o ego humano, preenchido por vacuidade, dê espaço à força da plenitude cósmica...É necessária mais interiorização...encontrando sua própria voz e musa, seguindo-a, não há razões para uma interferência de grau maior...O ser humano seria naturalmente senhor de sua própria harmonia, não restando espaço para democracias hipócritas ou regimes anticientíficos. O humanismo aplicado à algo mais intrínseco...No silêncio, é capaz de construir pilares resistentes a qualquer ideologia fútil ou gritos guturais, que clamam por piedade, quando se banham com a mais pérfida falsidade.
É a doença do homem moderno: esperar que a força metafísica e mística do universo resolva tudo. Fatos inefáveis crescem das menos interessantes almas...mas, realidades como esta, são engolidas pela apoteótica capacidade humana de fingir...novamente, apóstrofes sentimentalistas são proferidas. Pela terra de onde saiu nosso sangue, pelos ossos, onde está costurada toda nossa dor, iremos obter alguma resposta através disto...o universo e todo seu engenho simultaneamente belo não nos deixarão sem um aforismo o qual seguir cegamente...
Fracas expressões...leve-me à Casa de Orates...


O.õ na época eu lia O Enigma do Universo, do Huberto Rohden. tá explicado.

19 de fev. de 2010

pequeno léxico de palavras incompreendidas.


tá, eu sei que eu roubei o título do milan kundera, e daí?



a mensagem que o filme quer passar não é: "existem certas coisas, a vida - o futuro, que são simplesmente maiores do que uma 'histórinha de amor'"; e sim: "existe a 'pessoa certa' pra cada um". parecem ser mensagens bem distintas, mas, no fundo, não são tanto.
porque, quando se percebe que relacionamentos amorosos não são o centro de gravidade da vida de um indivíduo, vemos que, tudo aquilo que incrementa e enfeita o romance, não passa de artifícios inventados por mentes coloridas e apaixonadas, que vêem a vida cor de rosa.


agora, quando se é protagonista de amores não correspondidos, parece que tudo seria um mar de rosas se nosso amor platônico finalmente resolvesse nos olhar e acabar com toda aquela agonia, e os dias desperdiçados, de incertezas e angústia/ansiedade. quem nunca teve um amor platônico, que atire a primeira pedra.


e, sobre a pessoa "certa" pra cada um...continuo acreditando no destino, seja isso o quão anacrônico e novela mexicana você puder achar, mas nada (ainda) mudou essa convicção. Simplesmente acontece. pode ser instantâneo-brusco, ou, pode levar anos...mas sem um pingo de dúvida o destino chegará até você. seja no sentido amoroso ou não. (parecer ter mais efeito na parte amorosa...).


é isso. igual a sid e nancy, igual a joel e clementine, igual a tom e summer, igual e tomas e teresa, jack e rose! aushuahsuauhs. ¬¬'' (romeu e julieta?)

15 de fev. de 2010

color my life with the chaos of trouble.

individuality is no more.


você suspira em êxtase com a execução da coletividade perene
o desepero pelo álcool é outro indício de que aquilo que era alma
se transmutou em milhares de espelhos
esculpidos pelos árduos anos da puberdade.
os teus dedos são filosóficos - mãos interestelares
pioneiras do insólito, retardatárias das feridas
você é uma tatuagem que instantaneamente se apaga
um poema de armas, com tantos braços
secreção voadora, um substantivo e um adjetivo
reunidos sem motivo aparente...

9 de fev. de 2010

Pais e Filhos - Ivan Turguêniev

livro de um escritor russo do séc. XIX. o personagem principal, Bazárov, é um niilista declarado, não acredita e nem aceita nenhum tipo de crença e/ou autoridade. gostei desde o início, coisa que tem sido rara pra mim, ultimamente...gostei dos diálogos, em especial. é uma obra política e social em várias formas, ajuda a entender as ideologias e correntes que surgiam na Rússia.


alguns trechos, como de costume :)

"Que relações misteriosas são essas entre o homem e a mulher? Nós, fisiologistas,conhecemo-las muito bem. Estude um pouco a anatomia do globo ocular: encontrará ali algo que signifique um olhar enigmático? Tudo não passa de romantismo, fantasia, podridão, artifício. É melhor irmos ver o nosso besouro."

"A própria natureza nada tem de interessante, no sentido em que a concebe. Não é um templo e sim uma oficina em que o homem trabalha."

"[...] Posso dizer-lhe que estudar as personalidades separadas não vale a pena. Todos os homens se parecem uns aos outros, tanto no corpo como na alma. cada um de nós possui um cérebro, um baço, um coração, os pulmões, órgãos igualmente constituídos. As próprias qualidades morais, assim chamadas, são também iguais. Pequenas diferenças de ponto de vista nada significam. Basta um exemplar humano para que se conheçam os restantes. Os homens são como as árvores na floresta; nenhum botânico perderá tempo em estudar cada bétula separadamente."

"Penso, deitado aqui à sombra deste monte de feno...O lugar insignificante que ocupo é tão minúsculo em comparação com o resto do espaço onde não estou e onde ninguém se importa comigo! A parcela do tempo que hei de viver é tão ridícula em face da eternidade, onde nunca estive nem estarei...Neste átomo, neste ponto matemático, o sangue circula, o cérebro trabalha e quer alguma coisa...Que estupidez! Que inutilidade!"

"O homem é capaz de compreender tudo: as oscilações do éter e o que se passa no Sol. Não compreende, porém, como um outro homem pode assoar-se de um modo diverso do que o faz."

3 de fev. de 2010

purple stain.

parece que se tivesse a chance, entraria em osmose com ele. habitaria em seu oceano profundo, como um peixe venenoso. sugando todas as horas. horas vazias e mortas. sempre, as horas.


assim, não existiriam mais silencios morbidos, hiatos desconfortáveis. afeição repudiada e desprezada. e ela suspiraria: "ó meu grande amor minha grande loucura."

a ansiedade que lhe rasga as vísceras é insuportável. ansiedade nociva, amor esquizóide, tontura doentia.

chegando aos extremos "você é meu, meu, mal posso acreditar que é só meu...você é tudo o que eu mais preciso, nada mais...deixe-me examinar sua alma, agarrá-la em meus braços, prometo que não vai doer, vou só tomar um pedacinho. só o coração é muito pouco, docinho..."

"não desvie o olhar assim, não mude seu caminho pra casa. não há escapatória. quando o destino quer, o destino acontece. ele faz 'uhhhhh...uhhhhh' lentamente no pé do ouvido, nos avisando da metamorfose vindoura. então, não adianta fugir...não fuja de mim. sou tudo o que você sempre sonhou, eu sei disso."

nem cem anos de solidão seriam suficientes para extirpar os vestígios que ele deixou (ou que ela manipulou?). cortadores de grama e tratores violentos esmagariam sua doce cabecinha contra o solo rochoso, mas, nem mesmo assim a marca se apagaria.

"não tenho medo de dizer o quanto amo, venero você...por mais que você não sinta o mesmo, não é necessário! oh, não, não...contanto que me deixe ouvir você respirar e adormecer sob setembro crepuscular. ah, o seu rosto de deus talhado em mármore. toda a dor enterrada em mim se dissipará, eu tenho certeza. todas as cicatrizes e mágoas e apegos apodrecidos aqui dentro se derreterão feito gotas de limão quando eu permanecer ao seu lado pra sempre"

"você pode me tocar se você quiser. mas não pode parar..."

e assim afetos desprendidos acabam se tornando fobias prematuras. caridade compulsiva. triste.

texto estranho e viagem demais...

2 de fev. de 2010

ainda ouvindo Black...e me identificando com cada frase da letra.


:(

how quick the sun can drop away...

what can you do?


O QUE seria preciso para mostrar a uma pessoa o quanto amamos ela? tantas noites semi escuras, tantos punhos cerrados, tantas lagrimas furiosas. e no fim foi apenas um sonho...
textos insuficientes e supérfluos. ¬¬

our love lies in the waves of my desillusion
my dependence and lack of perception
will end up on drowning it
and you never think it could happen to you
what a bitch fate has been to us
you're the most special
yet worst thing that happened to me
why does there has to be a first one?
why can't we erase everything we have been through?
perhaps we can, but i feel like i'll never live something
as intense as this
even in its flaws and losses
intense
i know girls love that bitchy romance
but feelings are all i can tell
all the huge abyss that keep us apart
won't come to an implosion
so you're in everything
i see, touch and smell
like in those crappy romance songs
and this is not new
like in the beggining
"in city and in forest
they smile like me and you..."
it's there
it's you
it's fucking YOU, not giving me goodbyes
it's you. tearing me apart
it's you, hurting and kicking
it's you, not giving me hopes to change
it's you, saying you still care for me
it's you, fucking turning,
my world to black.

28 de jan. de 2010

black.

Folhas de pintura vazias

Peças intocadas de argila
Foram dispostas diante de mim
Como o corpo dela um dia esteve

Todos os cinco horizontes
girando ao redor de sua alma
Como a Terra ao redor do Sol,

Agora o ar que eu provei e respirei
Mudou de rumo
E tudo o que eu ensinei a ela... foi tudo
Eu sei que ela me deu tudo o que podia...
E agora minhas amargas mãos
Tremem abaixo das nuvens
Do que um dia foi tudo...

As imagens foram
todas banhadas em preto,
Tatuando tudo...(marcando para sempre).

Eu saio pra andar por aí
Sou cercado por algumas crianças brincando
Eu posso sentir suas risadas, Então porque eu desanimo?...

E pensamentos confusos giram ao redor de minha cabeça
Estou girando, oh, estou girando
Quão rápido o sol pode, cair...

E agora minhas amargas mãos embalam vidros despedaçados
Do que um dia foi tudo...
Todas as imagens foram banhadas em preto,
Tatuando tudo...

Todo o amor tornou-se mal
Transformou meu mundo em escuridão
Tatuando tudo que vejo...tudo o que sou
Tudo o que sempre serei...

Eu sei que algum dia você terá uma linda vida,
Eu sei que você será uma estrela,
No céu de um outro alguém,
Mas porque, porque...
...Por que não pode ser, por que não pode ser minha?

a música mais linda. *.*

22 de jan. de 2010

teses neo decadentes.

por acaso, ouvi certa declaração hoje: "não preciso de filmes nem nada pra criar meus conceitos e opiniões, eu crio eles sozinho". E tanto quanto indignada, fiquei pensativa também...isso foi dito por uma pessoa que provavelmente nunca lerá este obscuro texto, pois não vê muito sentido em leituras do tipo.

sempre me disseram e ouvi falar que, quem está em constante mudança de opinião é realmente sábio, e concordo. quantas circunstâncias, fatos, acasos e coincidências podem modificar totalmente nossa perspectiva de tudo? é quase inacreditável como somos volúveis e adaptáveis ao meio em que vivemos, por mais que não pareça. No entanto, sempre tive uma admiração secreta por quem é "cabeça-dura", o famoso "tenho minhas opiniões gravadas em pedra", mas não porque eu achasse isso mais certo, e sim pela firmeza e força de vontade de sustentar as mesmas velhas convicções de sempre...

o fato é que, o que eu venho defender aqui é que, às vezes, um filme ou um livro ou qualquer outra influência externa podem ser bastante válidos, tanto para modificar uma crença como para nos certificar de que aquilo está certo. e eu que o diga.

mesmo não concordando plenamente com a filosofia de tyler durden, digo (de novo), somos todos a mesma merda ambulante do mundo.

18 de jan. de 2010

putting holes in happiness

é possível que uma alma seja naturalmente tristonha? "quando se é triste..." gerada e concebida sob o signo da melancolia. sorumbática, soturna, obscura.

ou isso é apenas a condição normal de qualquer indivíduo? ao se sentar quieto, em um lugar quieto, sentir suas feridas suavemente se abrindo, pouco a pouco. membro por membro, dente por dente, ele vai se desintegrando. sendo a causa de tudo isso inteiramente desconhecida. sabemos que cicatrizes, elas existem, mas por quanto tempo sobrevivem?...o quão relativas são? o quão imensas elas podem chegar a ser? e o principal, quanto tempo nos resta até que elas se rompam e sangrem e machuquem novamente?

when the pain becomes world-sized.

6 de jan. de 2010

Enquanto Agonizo - William Faulkner.

um trecho;


"Dewey Dell se levanta, equilibrando-se com dificuldade. Olha para o rosto. Parece um molde de bronze pálido sobre o travesseiro, só as mãos ainda têm algum sinal de vida: uma inércia crispada, retorcida; um aspecto exaurido, mas ainda vigilante do qual o cansaço, o esgotamento, o trabalho árduo ainda não desapareceram, como se ainda duvidassem da realidade do descanso, aguardando em agudo e penurioso alerta o término do que sabem que não podem durar."

"Posso me lembrar de como quando era jovem eu acreditava que a morte era um fenômeno do corpo; agora sei que é apenas uma função da mente - e da mente daqueles que sofrem a perda de alguém. Os niilistas dizem que é o fim; os fundamentalistas, o começo; quando na realidade não é mais nada do que um simples inquilino ou uma família deixando uma casa ou uma cidade."

O livro conta a história de uma família pobre do sul dos Estados Unidos, que se reune para realizar o último desejo da matriarca; ser enterrada em sua terra natal.
Não faz muito que comecei, mas desde o início do livro são só parágrafos assim, todos cheios de metáforas e assuntos existenciais. belo, acima de tudo.

5 de jan. de 2010

thought.

"sempre fui do tipo que não acabava aquilo que começava. tomo por exemplo minha distante infãncia, onde costumava construir impérios e levantar civilizações, sem jamais movimentá-las. apenas as montava, e lá as deixava à mercê do tempo e da poeira. talvez me parecesse que a vida estática que levavam meus brinquedos era mais interessante do que a vida de verdade..."

4 de jan. de 2010

metamorphosis

após terminar a leitura de "a metamorfose", de kafka, é quase impossível não chegar à conclusão de que estamos totalmente sozinhos.

diga o que quiser, faça as análises psicológicas que quiser. o fato é que, essa estória nos remete à individualidade e ao isolamento. o máximo que alguém é capaz de aguentar.
é fato que, por ter se tornado um inseto, gregor samsa, com o tempo, deixou de ser um membro da família. mas, talvez ele nunca tenha sido um membro importante de verdade ali. O pai e a irmã tavez somente dessem valor à sua função ali, que era sustentar a casa e cuidar de toda a base econômica.
e ele, antes de começar a pagar todas as contas, era um rapaz totalmente oprimido pela figura do pai, que se mostra sempre poderoso, inflexível e invencível nas obras de kafka.
lendo a seguir "O veredicto", se tem uma visão ainda mais aprofundada da dinâmica de gregor (o jovem, georg bendemann também é de certa forma subjugado e humilhado pelo pai).
achei interessante que, na edição comentada de a metamorfose, há uma nota sobre a cena em que o pai de gregor começa a atacá-lo jogando maçãs nele. e uma delas o acerta em cheio nas costas (no dorso...) e infecciona. há quem diga que aquela maçã tenha o mesmo significado que tem na bíblia: o pecado original, no caso de gregor, o pecado de propriamente existir.

ambas histórias são extremamentes intimistas e auto-biográficas. e ambas muito deprimentes também.

"o instante do despertar é o instante mais perigoso do dia."

1 de jan. de 2010

the heart beats in its cage.

acho que as pessoas precisam disso. essa nova tentativa. elas precisam dessa chance de fazer tudo diferente, ou fazer a mesma coisa de novo.
se os anos passassem continuamente, sem meio nem fim, talvez nós seríamos mais preguiçosos e pessimistas. assim como é, nós podemos dizer; "no ano que vem tudo vai mudar" nós podemos criar expectativas e ilusões. e ilusões são boas enquanto elas alimentam nossa alma.