20 de dez. de 2009

back to black.

"o quão ridículos somos nós? nós dois e todos nós...?"

incapazes de deixar de lado nossos instintos mais primitivos pelo benefício de um outro ser. nós esmagamos e destruímos todo e qualquer sentimento puro que se atreve a passar pelo nosso caminho...somos egoístas, vermes tenazes, mesquinhos e falsos...superficiais até os ossos!
e hipócritas, cínicos, orgulhosos, ah, sim, muito orgulhosos!
enchemos a boca ao dizer que temos orgulho de nós mesmos por não ter voltado atrás em determinada situação, mas de que serve isso no final das contas? o que somos nós, além de (parafraseando certo amigo meu) a mesma merda ambulante de sempre? que precisa de outro ser semelhante para existir...

"dói muito e o sentido se perde."
a gente tenta compreender as coisas do modo mais amoroso possível, mas depois acaba percebendo que a única coisa que resta...é a merda de um buraco gigantesco no meio do peito, que você só sente crescer e se aprofundar. e tudo só contribui mais e mais para o seu futuro negro e desconhecido, onde você será um adulto comum, portanto, cheio de mágoas apodrecidas e fobias doentias.

"mudanças são necessárias."
oh, sim, se são. mas sem notar, vamos mudando, nos mudando, até que aquilo se torna uma fuga constante dos fatos.
quando algúem se encontra totalmente sozinho, isolado, quando perdeu absolutamente tudo aquilo que lhe fazia algum bem (ou pelo menos achava que lhe fazia algum bem) o sujeito se põe a pensar, é o inevitável: devo ter feito algo de errado, para merecer toda essa agonia, não é verdade?
não, a verdade é que, somos todos iguais, sempre deixaremos alguém para trás, ou feriremos brutalmente alguém, é a gênese e o destino da raça.

"ninguém é salvador de ninguém."
fato. no fundo, sabia que era verdade. mas acabei por me perder nos devaneios atemporais do amor. tentei até o último minuto, acreditar que aquela pobre alma me salvaria de todos os tormentos mundanos, de todos os fardos insuportáveis. triste hora. e, no fim, ele me abandonou, me deserdou como a uma herege, e sinto que isto nunca vai passar.

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