27 de dez. de 2011

O que importa é andar

Na Natureza Selvagem;
 O isolamento é extremamente fascinante. começando pelas pequenas coisas, abdicar-se de todas as redes sociais cheias de pessoas e assuntos hipócritas e sensacionalistas. depois, parentes chatos que somos obrigados a tolerar. logo, o fone de ouvido será a única coisa a entrar dentro de seus ouvidos. já que estamos na era da individualização, povoado por almas distantes e cabeças monótonas, não faria mal fazer jus ao derradeiro período.
em algumas noites de dias cansativos, a vontade de literalmente pular pra fora de tudo é quase irresistível. vagar por uma rua qualquer de algum outro mundo qualquer, como um andarilho sem destino, um eterno errante.
os motivos são variados...incompreensão, cansaço, tédio enfermidade (física ou psíquica), revolta, experimentação ou pura distração. não importa o motivo pelo qual há a opção do isolamento; de ir embora de uma vez por todas, de fugir das garras do tempo que se esgota e da rotina que assassina...o que conta é andar.

12 de dez. de 2011

qual é o seu universo paralelo?

a própria ideia de que nesse exato momento poderia existir um outro eu, um outro você em algum universo paralelo de uma galáxia aleatória, é assustador. Um você que esteja carregando baguetes ao longo da rua que passa pelo rio Sena. Um outro você que é lutador livre profissional, um outro você que talvez, seja ainda mais vagabundo e que toca violão e fuma maconha o dia inteiro. O que eu quero dizer é que não se pode ter certeza de nada, então por que não acreditar? a vida se torna um tanto enfadonha quando o ceticismo reina. milhares de partículas teriam de ser aceleradas à velocidade da luz, kms de vácuo teriam de ser agitados, estrelas teriam de explodir em mil pedaços, o sol teria de se mover em uma órbita diagonal..até que nós descobríssemos a verdade. sobre a nossa gênese, que, talvez, se deu na fragmentação cósmica entre todos os universos em que habitávamos...uma quebra que deu origem à relatividade tempo-espaço, ao nosso mundo como o conhecemos hoje, à toda a merda do planeta terra. a fome excruciante que sentimos é mais do que um simples desequilíbrio químico, na verdade, é a falta que o nosso outro eu do universo paralelo faz. você pensa que isso acaba por aqui, mas está enganado. isso se perpetuará através de intermináveis casas de espelhos multidimensionais, lupas desfocadas e vidros ladrilhados infinitos. voando no vazio tentando encontrar a porta certa.

o amor e a neurose

A neurótica convicta deixaria o amor trancafiado dentro de sua redoma de vidro, longe de todos os tipos de infecção, contágio e enfermidades. conservá-lo vivo, acima de tudo, é o essencial. não importa se ele se sentirá sufocado, esmagado, contanto que ainda lhe proporcione o prazer das aparências.

" Acaso não sabes que as aparências são como a nossa alma perante os olhos alheios? esconder as rachaduras, as falhas e defeitos, apresentar um exemplar bem cuidado e manso. fazer-se imperceptível entre o rebanho de cópias, essa multidão fiel. o amor tentou nos dominar, quis subverter a ordem, nos consumir em piras colossais, nos fazer acreditar que somos Um. ideais libertários e de amor livre podem parecer atrativos à primeira vista, mas na prática não são nada convencionais, nem um pouco aconselháveis"

O amor vai te tirar dos trilhos, te colocar no lado errado do caminho.