18 de jan. de 2008

...All Art Is Quite Useless

Hoje foi um completo caos...náusea, chocolate e viagem de 3 horas por praticamente toda a cidade...Não acredito!!! eu tinha escrito um texto enorme e o meu fantástico cérebro e conhecimentos de informática arruinaram tudo...Nem me lembro mais sobre o que escrever...??...é, falta de criatividade é cruel...Talvez a minha náusea tenha algo a ver com o meu frágil estado mental...eu sempre achei que havia algo de errado, mas como tudo lá fora continua o mesmo, eu não me incomodo em sair e procurar algo pra me consertar...Aquele lugar, mais do que tudo, revela a obscuridade do ser...!!...eu tenho pavor daquela estrada e daquele céu, que, certamente, não é o mesmo da cidade...Tem toda uma malícia tempestuosa impregnada nele...Ele tem curvas em espirais, partes destacadas com um azul tão nostálgico, que não pode ser real...Então, nessa minha viagem fantástica, a cada milha que nós percorríamos, eu me sentia mais perto do meu dito "predestinado" trágico futuro, eu também sempre achei que algo bem hediondo fosse acontecer comigo, aqueles incidentes que só ocorrem com gente como eu, em lugares como o que eu estava. Eu não queria fazer parte daquele lugar...algo nele traz a náusea até à minha superfície...

Eu relacionei tudo isso ao lado "emocional" porque justo ontem, eu estava lendo algumas coisas sobre signos do zodíaco, sabe? toda aquela asneira de decanatos, ascendentes, pedras preciosas, dia da semana, misturado com macumba e o escambal. Então, justo no meu signo, dizia que; piscianos são vulneráveis e absorvem todas as energias do lugar...deve ter sido isso...uma terra coberta por perfídia...onde o cego domina e o vulgar reina...

Fora isso, tudo corre irritavelmente normal...Hoje, eu finalmente criei coragem em abrir o meu terceiro livro do Oscar Wilde; O retrato de Dorian Gray, o livro fala sobre esse rapaz que era extremamente bonito, e que despertava os mais estranhos sentimentos...eu não li ele todo ainda, mas já começou com uma daquelas introduções sublimes típicas do Sr. Wilde. O que eu queria ler dele, eram as cartas que ele escreveu quando estava em cárcere, e até mesmo o livro "De Profundis" que foi escrito na mesma época...O que fizeram com ele foi absolutamente hediondo...

No caminho até aquele lugar, eu dei um jeito de rabiscar algumas frases não tão sanas num papel de presente...Isso acontece muito, principalmente depois que eu leio algum livro ou escuto alguma música dos quais me impressionam muito. Algo que eu escrevi foi sobre um policial que pairava por uma rua logo no final da cidade. Também sobre esse sentimento de que algo horrivelmente trágico vai acontecer, sobre o meu próprio mal-estar, que eu estava sentindo na hora, e também algumas besteiras sobre o campo, flores, material mais alegre e menos duvidoso, se é que você me entende. Que é, possivelmente, o assunto menos louco e menos difícil de se escrever sobre...mas não menos surreal, o que é magnífico.

Eu fiquei meio indecisa...será que eu escrevo ou não os meus rabisco de beira de estrada? (literalmente...) mas como não há nada que me pare, fazê-lo-ei. (Nossa, a pessoa nem se acha)



"Fui executado em um dia opaco, de uma luz fosca que parecia sorver todo o pouco brilho das almas sem sentido. Suas almas eram tão joviais e despreparadas e esta é a razão pela qual suas figuras eram tão charmosas e infinitamente belas.

O nauseante futuro já se anuncia. Levaria um divino ato para fazer surgir outra bonina tão casta como esta que estais a ver agora. Com leves ondas mimosas esvoaçando meus cabelos...(lembre-se que é o eu-lírico e não eu!!) e pequenas gotas de luar em meus olhos. O vento mimoso se embalando e se perdendo dentro de minha alma."

O resto nem é merecedor de um espaço...Realmente são versos de beira de estrada, que não valeriam uma alma perdida...

Entre as várias frases que eu copiei do Retrato de Dorian Gray, aqui vai uma, que é parte do prefácio, escrito pelo próprio Oscar:

"Pode perdoar-se a um homem a criação de uma coisa útil, contanto que ele não a admire. A única justificativa para a criação de algo inútil é que ela seja admirada intensamente.

Toda arte é absolutamente inútil."
(Oscar Wilde)

Daisy Randone...

http://www.daisyskagirl.zip.net/

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