4 de mai. de 2013

Vivre Sa Vie


     a liberdade tem um gosto inesperado quando surge dentro de uma vida de tantas rotinas defensivas e rituais desapaixonados. é assustador como podemos criar conexões profundas com outra pessoa, tão profunda a ponto de entrar em quase simbiose completa com ela. aí entra a insustentável leveza do ser, uma filosofia levemente pessimista que se encaixa em vários acontecimentos da vida...o peso pode acabar dominando, e geralmente domina, as relações. mas, se alguém me disser que a vida não vale a pena ser vivida porque ela é feita de perdas, dor e angústia ou porque o envelhecimento acaba limitando o seu prazer em todos os sentidos, eu digo que mesmo assim vale a pena (e eu dificilmente sou otimista).
     eu digo que, apesar de toda a dor das perdas e da própria experiência absurda da vida, pra mim, a ideia de viver está intimamente ligada à passagem de tempo, porque é o tempo que cria as memórias, a experiência, as vivências em si, que são construídas tanto por coisas boas quanto ruins. por isso e por tantas outras coisas eu preciso constantemente me lembrar de que essas tais experiências ruins são naturalmente parte de todo o processo, e de que precisamos de coragem e resiliência na hora de atravessá-las.

Um comentário:

Gugu Keller disse...

Tanto quanto de água a chuva, de tempo é feita a vida.
GK