4 de mai. de 2008

Panta Rhei

Se ele já me despontou? Não há como saber...Mas, deveria haver algum pensamento que enchesse de plenitude a ego-vacuidade do ser...Uma máxima que não fosse contestada...


É claro que, há todas as almas modernas que resolvem interferir e acabam dizendo: "...Ele não lhe deve nada...por que deveria ele estar receioso de lhe desapontar? A vida e brios não pertencem a ninguém senão ao próprio..."

Outras, cedendo ao toque místico professam: "...Devo, deveras, aceitar minha natureza possessiva e áspera e, lhe digo, não lhe dê muito espaço para que se sinta livre e aberto à toda a imensidão de almas alheias...Deves cercá-lo de mimos e amores para que não fuja e, desobedecendo aos aforismos de parábolas medíocres, prenda-o ao mais fundo poço intrínseco de sua alma...digo-lhe que não há de querer passar por tal escuridão em troca de liberdade descuidada..."

E eu, de alma simplória e nada geniosa, tendo a simplesmente sentar, sob as sombras inefáveis do amor, dono de forças nada menos inefáveis, com o dom da absolvição...o perdão humano...almas deitadas ao leito da morte, são perdoadas na amarga terra que envenenaram...

Sinto-me no papel de ignorar o apático futuro...e reviver...os dias de uma luz tão mansa...
[Do passado vivem folhas errôneas, almas de jovens velhos que bebem ainda da nostalgia néscia...]

Contrariando a vertigem delireante de poetas e amantes, digo que, o passado sempre vem e o futuro é apenas uma criatura mesquinha e velhaca, que, sem demasiada mesura, nos assassina a alegria cristalina e o viço da mocidade...Ah, dias mimosos de imprudência...tardes claras de melodias bruxuleantes...voltem à esta criança, que envelheceu de repente...

E...sim, já me desapontou...

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