Aqui estou eu; mãe, pai...ao contrário do que as suas preces e pedidos rogavam, me transformei em um rato subversivo, que vagueia pelo submundo dos esgotos fétidos, sempre tentando corroer pelas beiradas o sistema podre que os embala. Não adianta chorar nem amaldiçoar, porque uma vez que a ave da revolução pousa em seu ombro esquerdo, não há mais volta...abri meus olhos para tudo o que há lá fora. Me tornei tudo aquilo que vocês temem e desprezam...Meu poder é minha palavra, meu amor a minha liberdade, meu prazer a poesia. Sou um renegado do lar, o traidor da grande herança, o amante das ruas..e de todas as garotas nuas com seus cigarros à boca. E então eu digo, pai, não tente vir me buscar, não tente me levar pra casa; estou vivendo minha utopia à minha própria maneira agora, a paz de espírito me sequestrou e não há resgate que você possa pagar.
S.Y.
2 comentários:
Meus parabéns! Seu texto é incrível, até por ser uma garota com eu-lírico masculino. Eu adorei, de verdade.
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