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29 de jul. de 2011

A Insustentável Leveza do Ser - Pt. 1


Depois de muitas conjecturas sobre o que postar, me veio à mente um livro que esteve bem presente na minha vida nos últimos anos. Já devo ter lido umas 4 vezes. Me agrada o jeito como eu encontrei ele, o jeito como eu fui lentamente descobrindo ele, e o jeito como eu continuo percebendo coisas novas, a cada releitura.

O dito cujo é o livro mais famoso do sr. Milan Kundera, nascido lá pelas bandas da Tchecoslováquia. Eu estava fuçando em um armário de livros velhos aqui em casa, e acho esse livro com um formato bem retangular e comprido, com a capa e a fonte um tanto toscas (foto do post), na verdade, o que me chamou à atenção mesmo foi o título: "A Insustentável Leveza do Ser". Acho que até hoje não tenho uma só ideia concreta do que realmente signifique essa leveza insustentável, apenas teorias bem vagas.

Me apaixonei por esse livro não porque eu tenha me achado parecida com algum personagem, mas porque ele é simplesmente belo. O autor consegue descrever cada sentimento e abstrair cada significado de cada conceito de um jeito tão fascinante e filosófico. Eu tenho a mania deselegante (ha) de sublinhar as frases que eu gosto nos livros. E nesse, são tantas "quotes", que deixaria esse post grande demais.

O livro começa com o questionamento sobre o que seria melhor: o peso ou a leveza? seguindo uma linha histórica, Kundera vai apontando as denotações que ambas as palavras ganharam ao longo do tempo. Ele diz: "A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e a mais ambígua de todas as contradições". O peso, por um lado, nos remete a algo negativo e difícil, enquanto a leveza seria algo positivo e aliviante. Mas, ele traz a ideia de que nem sempre o pesado é ruim, já que, muitas vezes, só aquilo que é pesado resiste às provações do tempo, só o que é pesado pode ser intenso, e de certa forma, mais real. Já o leve, por sua vez, faz com que a pessoa se torne mais leve que o ar, que ela seja livre, mas também, se distancie da realidade e do sentido original de tudo. Só é grave aquilo que é necessário, só tem valor aquilo que pesa.


Eu acho tão lindo e real o amor que existe entre o 1° casal mostrado na narrativa, e também principal, Tomas e Tereza. Quando eles se conhecem, Tomas é um daqueles caras divorciados de 30 e tantos anos, no ápice da "vida sexual ativa", colecionando inúmeras amantes, porém, sem nunca se apegar a nenhuma, nem dormir na mesma cama após o ato, já que pra ele, "o amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor, mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)." Tereza é uma personagem com um passado opressor, ela sempre viveu em meio a um ambiente que lhe causava náuseas; tanto em casa - onde sua mãe sentia ciúmes dela com o padrasto e a forçava a mostrar seu corpo, dizendo que ele era igual a todos os outros corpos - como no trabalho, passou grande parte de sua adolescência trabalhando em bares da cidade, acostumada a ouvir propostas e frases indecentes de todos os bêbados que frequentavam o lugar. Levou seis acasos para o destino impelir Tomas até Tereza, e talvez seja isso o mais interessante, porque um acontecimento se torna mais importante e carregado de significados quando depende de um número maior de circunstâncias fortuitas.

Continuarei a falar mais sobre o livro no próximo post, esse já tá muito longo!

P.S. : Li essa curiosidade na página da Wikipedia do autor, e achei muito hilária;
"Sua obra principal, "A Insustentável Leveza do Ser" ganhou em 1988 uma adaptação para o cinema, sob a direção de Philip Kaufman e com Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin no elenco. Recebeu 2 indicações ao Oscar e reconhecimento mundial. Desde então Milan Kundera nunca mais autorizou a adaptação cinematográfica dos seus romances."

21 de jul. de 2011

Sincronicidade;

Não existe algo que alegre mais a alma de um ser do que receber notícias de um amigo que não vemos há muito. parece que te revitaliza e te faz maior. saber que ele está contente, que conheceu pessoas novas, com quem pode compartilhar do mesmo sentimento, é como uma calmaria que paira sobre as águas após um profundo mergulho. Vê-lo, então, é a materialização da doce utopia. é a pupila dilatada, o sorriso verdadeiro - que provoca ruguinhas de expressão - o abraço demorado. E então podemos nos sentar, falar sobre bons e velhos dias e o espreitar de uma nova alvorada, ouvir o ritmo de nossas palavras diminuindo cada vez mais seu batimento, até se transformar em silenciosa compreensão. um olhar mútuo contemplativo entre dois corações que se reconhecem.

"this time I know and there's no doubt in my mind. it's forever.."

30 de jun. de 2011

liberte a revolta; (que há em você)

(trecho escrito em um momento de revolta, o qual chamamos, popularmente, de "momento che guevara". ele reagiu com rage against the machine e provocou uma combustão geral. Acho que dá pra dizer que é um pouco pessoal, mas ainda prefiro escrever sob um eu-lírico masculino).

Aqui estou eu; mãe, pai...ao contrário do que as suas preces e pedidos rogavam, me transformei em um rato subversivo, que vagueia pelo submundo dos esgotos fétidos, sempre tentando corroer pelas beiradas o sistema podre que os embala. Não adianta chorar nem amaldiçoar, porque uma vez que a ave da revolução pousa em seu ombro esquerdo, não há mais volta...abri meus olhos para tudo o que há lá fora. Me tornei tudo aquilo que vocês temem e desprezam...Meu poder é minha palavra, meu amor a minha liberdade, meu prazer a poesia. Sou um renegado do lar, o traidor da grande herança, o amante das ruas..e de todas as garotas nuas com seus cigarros à boca. E então eu digo, pai, não tente vir me buscar, não tente me levar pra casa; estou vivendo minha utopia à minha própria maneira agora, a paz de espírito me sequestrou e não há resgate que você possa pagar.
S.Y.

21 de jun. de 2011

Off the Rails;

"we've been keeping each other on this misery diet for so long. it's not fair."

I had been planning to do that for a while now. in every bit of free time I had...in a break for coffee and a cigarrette, in the elevator moving from one floor to another, in the hiatus between lying down and falling asleep. but still, I couldn't figure out a way, the right one, to do it.

as of her, she seemed to be alienated from everything. from our life and troubles together, from the pain left from the weary struggles. she had this bubble of sedatives where she could hide in whenever I dared to start talking about that...

that...I've never been so sure about anything in life, you know? but right now, I knew I needed to end this. I've come to the redundant conclusion that I actually hate her. there was nothing clutching me to her anymore. now it was only this empty, ancient feeling that barely survived in the rooms of our mind. like an old, unwelcome memory you try to get rid of, but still you keep dreaming about it, seeing it...it's called karma, isn't it?

so here I stand, apparently at the last stage of a rehab...where the ex-junkie feels some kind of dawn, breaking inside of him, the resignated state of mind that makes one want to move on. and that's exactly what I had to do. I lit up the last cigarrette from the pack and stood up, walking fast to the exit of the coffee shop, trying to feel something pouring in the air...words, I suppose.

as I walked down the streets, half shivering, half warmed by the smoke, I caught glimpses of her. her devastated face reacting to the sound and meaning of every word I spoke. how she would curse and scream and weep, telling me I'm the great traitor of her happiness. she would think about suicide...homicide, perhaps. and in the middle of the whole scene, she would quote melodramatic, determinist lines, trying to demove me from my one and only decision: to leave her.

seeing that it'd be of no use, she'd finally tell me I'm scum...that I failed to deserve her and all that bullshit I had to hear one million times before. usually, in situations like these, I tend to evade my thoughts, thinking of a song, or a quote from a book that'd fit perfectly to the moment. to the moment I was about to go through, it came naturally to me, whispered: "but it ain't me, babe...no, no, no, it ain't me, babe. it ain't me you're looking for, babe". a folk lullaby sung to the heartbroken ones. but no, not this time. maybe some trashy heavy metal song to cradle destruction and fire. yeah, that'd do.

I was getting really near. only 2 blocks away. in a few minutes, I was going to turn in the corner of the sreet where she lived. I was starting to get chills. maybe it was only the wintertime. I tried to seek for something else inside my head, something that wouldn't make me want to turn back and run to the nearest pub to wash everything off with alcohol. oh, alcohol, where'd I be without you? this made me smile.

but I'm not the character in a movie...these are real relationships, real bullets. do I care about her feelings? no. I don't think she has that. she spends so much time in this half-world, high on her own pain. besides, I really don't give a fuck. I need to live and be a part of the human race...well, in my own way. and this desire for survival has stricken upon my soul so strongly.

I had past the entrance door of the building when I woke up from my inner monologue. I noticed it was 9 o' clock, the close of a silent grey day of november. third floor, I climbed up the stairs, hands on my pocket (seeking for words again), reviving dead and gone times in the corridor, where we once smiled together. I take my time before knocking, fuck, I've delayed this for months, trying to come up with a better way out, but this is it, it's the final cut, the edge of a season.

I knocked, but no one answered. maybe she's out, I'll come back some other time, I just feel like going somewhere dark where they have jack daniels. I forced myself to turn the doorknob, and it was open. I entered. at first glance, everything seemed right, the usual messy room...clothes, books and dolls displayed all over the cubicle. I closed the door and stood there for about a minute, tripping inside my own thoughts. She should be in the bathroom. When I moved my foot to start walking, I notice some stains on the sheets, I take a closer look: they're fresh red. the blood must've been spilled within the last...5 minutes? I'm stuck to ground and breathing fast.

I turn around and see the bathroom door almost closed. nothing else existed in that very moment; all my fears condensed into one single move, one single possibility. just stop thinking and act, you asshole! I took the step till the door and pushed it slowly until it hit the other side of the wall. she was lying there inside the bathtub, with her eyes closed, and the water was deep red. pending from the border of the tub, was her left arm. at that point, any kind of excuse or sound I was trying to make, simply vanished from my psychological reality. I chocked on my own boiling anger.

was she there 'cause of me? didn't I love her enough? I fucking left everything behind just to please her, took every arrow and stone she threw at me for granted, just to make it right. and there she was; bled to death, veins scarred open wide on a hot water bathtub. jesus, how could she do it? that was a stupid question now. warm repressed tears started falling as I tried to drag her outta there, in vain. she felt so cold and heavy in my arms. though that was the first time i think I really felt her, her skin was going to rot in my hands if i stood there yet it felt so true and human.

I couldn't tell if i felt sorry, if i felt angry, if i felt sad or guilty. I can only recall that feeling of smashing reality that took place when i held her cold body, the huge cuts in form of crosses within her wrists. when I touched her for the last time.

15 de jun. de 2011

uma sobre cultura;

A pergunta que paira no ar é: como você sabe que é real? quando digo real, não me refiro à dimensão material, um ser com um crânio pensante, ossos, carne e sangue. Não. Eu falo da dimensão psíquica; se você tem apenas uma persona programada para funcionar socialmente ou se realmente tem uma identidade (não sei se é essa a palavra), mas que se entenda por identidade: sentimentos, opiniões e vontades próprias do seu crânio pensante. Não sei se existe uma resposta pra essa pergunta..

Você já se perguntou sobre isso? ao invés de apenas continuar vivendo as mesmas coisas, sendo conivente com uma teia de falsidades e artificialidades? creio que poucas pessoas se perguntam isso, ou melhor: tem os culhões pra se perguntar isso e refletir internamente. É claro que a resposta cada um sabe, ela repousa silenciosamente, no fundo de todos nós. É clichê, mas pura verdade...ninguém pode enganar a si mesmo. E o acerto de contas? ah, isso é com você mesmo e com a sua consciência também. Li um texto que me fez pensar bastante, e me deixou bastante desconfortável com toda essa questão.

Nos últimos tempos virou modinha ser cult; underground. gostar de filmes, músicas, livros, estilos de roupa e cabelo que são um tanto quanto desprezados pela grande massa, que são considerados "alternativos". Essa nova "modinha" criou todo um submundo do cult, onde as pessoas (principalmente jovens) competem pra ver quem ganha o título de "mais cult" do grupo. O problema é que muitos desses jovens, assistem a tais filmes, ouvem tais músicas e compram tais roupas apenas pra poder se inserir nesse submundo e parecer intelectual. Quando na verdade, eles são totalmente falsos, porque não sabem merda nenhuma sobre essas coisas que dizem gostar, e o pior, eles não têm nenhum pingo de senso crítico, não param pra elaborar a ideia daquilo que está sendo transmitido, só recebem, como meros bitolados que são. Então, como a gente pode constatar diariamente, a cultura também pode alienar.

O ponto do texto é dizer que isso não faz nenhum sentido. Qual é o sentido de se submeter a certos paradigmas só pra poder se inserir em um grupo? quando aquilo não tem sentido algum pra ti. Ter um cabelo colorido com o cortezinho alternativo do momento, usar calça skinny, camisa de flanela, ray ban, alargador, assistir a kubrick e tarantino, ouvir beatles ou bob dylan...nada disso vai te tornar REAL. o que importa é o que tu tira de tudo isso, o que sobra da carapaça social que envolve tudo, porque sem essa reflexão, no final tu acaba só enganando a ti mesmo, chegando a um vazio redundante.

Nada contra quem se auto-intitula cult, apenas contra os cult que não fazem sentido. Eu não me considero rotulada dentro dessas denominações, e acredito que como eu, existam muitas pessoas que ouvem, assistem e se vestem de uma determinada maneira porque sinceramente gostam, porque acreditam nesse "estilo" de vida. Eu ouço beatles e bob dylan porque gosto, vejo kubrick e tarantino porque gosto mesmo...e não pra parecer algo que eu não sou perante o resto. Então, encerrando com um velho clichê (oldie but goodie): seja tu mesmo, gostando ou não de coisas alternativas, contanto que aquilo que te constroi tenha um significado de verdade pra ti.

14 de jun. de 2011

psicanálise & os astros

Só pra esclarecer, o conteúdo desse post não tem nenhuma pretensão verdadeira, foi só uma ideia bastante tosca que me ocorreu ao assistir a um documentario sobre Freud e a invenção da psicanálise, portanto, não é pra ser levado a sério. Tendo dito isso..enjoy!
fileira de baixo (esq-dir): Freud, Hall, Jung
fileira de cima (esq-dir): Brill, Jones, Ferenczi

Sigmund Freud - Touro: o teimoso.
Típico cabeça-dura, prefere perder um amigo a ceder a uma opinião diferente da sua. Como qualquer taurino respeitável, tem o prazer como principal objetivo da vida. Isso explica sua teoria da sedução, o interesse pelo papel da sexualidade e a vontade de prazer, que seria o principal motor da vida humana. Ciumento e possessivo - seja com sua mãe (o início de todo o drama), esposa ou filhos - o complexo de édipo e outras teorias básicas da psicanálise não poderiam ter sido pensadas por outro signo!

Carl Jung - Leão: o showman.
Sendo um signo típico de reis e líderes, Jung não poderia ter ficado sob a asa da psicanálise freudiana pra sempre; criou suas próprias teorias, seu próprio movimento, onde ele seria o centro das atenções e comandaria outros, meros súditos. Sua parceria com Freud, um taurino nato, esteve sempre com os dias contados; de um lado, Jung querendo inovar a psicanálise com suas próprias ideias, de outro, Freud, que nunca iria se render a nenhuma opinião alheia. O leonino tem a necessidade de brilhar, de ser o sol, isso explicaria também porque Jung sentia possuir duas personalidades distintas: um eu exterior, e um eu interno, que tinha uma proximidade especial para com Deus; vejam a prova da vaidade e exibicionismo desse signo!

Sándor Ferenczi - Câncer: o sentimental.
Apesar de não ser tão lembrado quanto Jung, Ferenczi também foi um grande psicanalista, sendo muito próximo de Freud...ora, isso é óbvio, sendo um canceriano, nada é mais importante do que ficar bem próximo dos amigos (a não ser ficar perto da mãe). Aliás, nada é mais importante do que as pessoas que ama, ele tende a ser possessivo e defende-os com toda a sua comovente força de vontade. Uma de suas crenças (que, adivinhem...foi recusada por Freud!) era a de que a terapia seria mais eficiente para ambos terapeuta e paciente se eles mantivessem uma relação mais próxima; nada de neutralidade terapêutica! o que ele queria mesmo era contato; abraços, toques, dar e receber presentes, etc. Como já dito, o canceriano é extremamente apegado à mãe, sendo assim, Ferenczi julgava que essa terapêutica de aproximação seria ideal em casos de pacientes que não receberam afeto materno; vejam como é sensível e atencioso esse signo!

Ernest Jones - Capricórnio: o ambicioso.
Já começamos à toda velocidade, porque o capricorniano é assim: não para nunca, sempre almeja mais, querendo chegar ao topo a qualquer custo. O único britânico dessa lista, Jones realizou inúmeros trabalhos e pesquisas importantes para a psicanálise, além de ter ocupado vários cargos renomados (incluindo a Associação Internacional de Psicanálise), como manda o manual do cabrito, é claro. Além de tudo isso, ainda foi o biógrafo oficial de Freud. Haja obstinação e trabalho árduo pra um signo só!

7 de jun. de 2011

Sid & Nancy - Love Kills (1986)


   Não sabia que ia ser tão difícil conseguir postar sobre todos os filmes que eu assisto. porque são muitos, porque, geralmente, não paro pra "elaborar" a ideia do filme, porque..enfim, eu também tenho outros afazeres.

   Comecei bem essa semana, assisti a Sid e Nancy, um filme que eu já queria ver há muito tempo. e não me decepcionou, nem um pouco. Queria ver porque falava sobre o Sid Vicious, e eu sempre procuro ir atrás de materiais que falem sobre "ícones" da história do rock, e também porque gosto bastante de Sex Pistols, além de aquela ideia de "live fast, die young" sempre ter me interessado.

   Hoje eu já não tenho mais dúvidas: se o filme tem o Gary Oldman no elenco, é certo que é bom. E nesse filme, em especial, acho que dá pra ver bem o quão talentoso e criativo ele é. Apesar de sempre ter achado que a Courtney Love faria melhor o papel de "crazy bitch", a atriz que fez o papel da Nancy me agradou, Chloe Webb, achei as duas parecidas fisicamente.

   O roteiro todo mundo sabe: Sid Vicious, "baixista" e grande ícone da imagem punk dos Sex Pistols, acaba conhecendo essa groupie americana, Nancy Spungen, que acaba introduzindo ele ao mundo da heroína. Eles mantém essa relação totalmente instável de amor e ódio, sexo e heroína, vemos a o fim da banda e a consequente decadência de Sid, até o polêmico episódio da briga entre os dois, no famoso quarto 100 do Chelsea Hotel, em Nova York; onde Sid teria esfaqueado Nancy. Ela morre, e 4 meses depois, ele (overdose de heroína). A morte da Nancy continua sendo motivo de debates até hoje, não se tem certeza do que aconteceu, mas, de acordo com algumas evidências encontradas no quarto do hotel, e também dos depoimentos do Sid, ela teria incitado ele a fazer aquilo, não foi proposital. Eu concordo com essa versão.

   Minha opinião sobre o filme..bom, sinto que se eu estivesse melhor informada sobre os fatos que são retratados no filme, tanto sobre a banda, como sobre ambos, eu teria uma convicção mais forte sobre o que eu vou dizer. Tenho que ler bastante sobre o assunto ainda! Mas, depois de ter assistido o filme, que não é necessariamente a realidade, o sentimento que me passou foi de surpresa. Porque dá pra ver claramente, digam o que quiserem, que a Nancy era só uma groupie drogada. sobre o Sid, acho que não só pra mim, mas pra todos os fãs, ele representa o jovem daquele momento histórico específico, dentro do movimento punk. Resumindo, ele era só um guri que queria achar um lugar no mundo, e acima de tudo, se divertir. o Gary Oldman também me passou a imagem de um guri carismático e um tanto ingênuo, que não tinha muita 'noção' do significado das coisas que aconteciam, ele só "vivia", do jeito que ele achava melhor. Não consegui expressar tudo o que eu senti ao assistir ao filme, mas com certeza é por aí. Acredito que uma das mensagens principais do filme seja: "crianças, não usem drogas!" pra mim ficou bem claro.

   Mais tarde, li os comentários que o Johnny Rotten (vocalista dos Pistols) fez sobre o filme; quando perguntaram pra ele se o filme tinha "acertado em alguma coisa", ele respondeu: "talvez no nome 'Sid'". Aí já dá pra ver que ele odiou completamente o projeto todo, já que ninguém contatou ele na pré-produção pra falar sobre a banda ou sobre Sid/Nancy, o que eu achei ridículo, afinal, ele vivenciou tudo aquilo de verdade. Pelo menos ele reconheceu o trabalho impecável do Gary Oldman no filme.
Encerro com uma frase do Sid, encontrada em um bilhete depois da sua morte, e que mostra bem a relação junkie que os dois tinham:
" We had a death pact, and I have to keep my half of the bargain. Please bury me next to my baby in my leather jacket, jeans and motorcycle boots. Goodbye. "

algo como:

" Nós tínhamos um pacto de morte, e eu tenho que cumprir minha parte do acordo. Por favor me enterrem perto do meu amor com minha jaqueta de couro, jeans e botas de motociclista. Adeus. "

1 de jun. de 2011

Psico-oncologia.


Li hoje na revista Mente & Cérebro uma reportagem sobre a psicologia do câncer, e achei muito interessante, não só por já ter tido parentes próximos com a doença, mas também porque ela tocou em pontos que eu acho bem importantes nesse processo todo que a envolve; desde antes do diagnóstico até o tratamento.

Uma curiosidade que eu não fazia ideia é a de que a forma das células cancerígenas tem uma semelhança com a forma do caranguejo, daí o nome, câncer. A gente vê isso também na astrologia, o signo de câncer-caranguejo. E a doença é representada por esse crustáceo porque, colando da revista: "o caranguejo é um animal noturno que vive quase sempre imerso, invisível, e se desloca de maneira característica: de lado, com movimentos mal coordenados e imprevisíveis. Agressivo, de olhos fixos, apodera-se de suas presas." Ou seja, é uma bela metáfora que descreve o comportamento da doença, ela é latente, e quando resolve aparecer, sempre imprevisível, ataca com toda a sua força.

Hoje, câncer não significa mais sentença de condenação à morte, por mais que muitas pessoas ainda acreditem que sim, a doença pode ser vencida se for descoberta bem cedo. De um jeito ou de outro, o diagnóstico causa muito impacto no paciente e também nas pessoas ao seu redor, que são afetadas de modo quase equivalente, é uma sensação imensa de impotência perante o problema. É isso que o artigo destaca, a importância do apoio familiar e médico ao doente. Todo mundo sabe, ou pelo menos deve imaginar, o quão difícil é passar por todo essa situação; desde as consultas intermináveis em médicos diferentes e exames pra saber o diagnóstico, até a aceitação daquele fato - que provavelmente é a parte mais difícil - até o tratamento e a lida diária com aquela nova verdade.

Foi desse emanharado complexo que surgiu a psico-oncologia. Pra dar uma orientação psíquica pro paciente e também pros familiares dele. Os profissionais da saúde finalmente perceberam que tratar a patologia não é a única coisa que se pode fazer, mas também tratar o indivíduo em si, os seus medos e os seus questionamentos, uma vez que o modo como ele vai enfrentar essa situação muda tudo. emprestando mais uma frase: "O fortalecimento do estado emocional proporciona à pessoa maior adesão ao tratamento e melhor resposta física, assim como mais equilíbrio e entendimento do que acontece com seu corpo e seus sentimentos."

Segundo a OMS, em 2020, cerca de 15 milhões de pessoas, de ambos os sexos, terão algum tipo de câncer. Tá aí outro motivo que torna o apoio psicológico tão válido e bem-vindo. A doença provoca uma série de perguntas existenciais, como; "porque isso está acontecendo comigo?" ou "eu não mereço passar por isso, porque sempre fui uma pessoa boa". Causa muita dor e revolta, a gente nunca para pra pensar que doença e morte fazem parte do ciclo inevitável da vida, e que o fato de termos sido pessoas boas não imuniza nosso organismo. Outro elemento importante nesse acompanhamento psíquico é a fé. Não importa ao psicólogo saber qual a religião do paciente, mas sim o quanto ele acredita, pois ela pode ser uma aliada importante no tratamento.

Pra terminar, coloco aqui os 3 objetivos principais da consulta psico-oncológica:
1 - Falar sobre si mesmo, ainda que o médico não pergunte: é importante para o médico saber como o paciente está se sentindo, porque franqueza e confiança - de ambas as partes - facilitam a relação e o tratamento.

2 - Perguntar tudo o que desejar saber: deixando claro que não existem "perguntas idiotas", se há uma dúvida, ela tem um porquê de existir e é dever do profissional esclarecê-la. Não é bom só pesquisar informações pela internet ou dar ouvidos a conhecidos, que relatam casos que muitas vezes não tem nada a ver com o do indivíduo. Cada caso é um caso.

3 - Não sair do consultório com dúvidas: se o paciente não entender a linguagem técnica, ele deve perguntar.

31 de mai. de 2011

epifania humanista;

      "Poderá ser difícil comunicar a próxima descoberta que fiz. Consiste nisto: quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo custo, remediar as coisas. Quanto mais tento ouvir-me e estar atento ao que experimento no meu íntimo, quanto mais procuro ampliar essa mesma atitude de escuta para os outros, maior respeito sinto pelos complexos processos da vida. É esta a razão porque me sinto cada vez menos inclinado a remediar as coisas a todo custo, a estabelecer objetivos, modelar as pessoas, manipulá-las e impeli-las no caminho que eu gostaria que seguissem. Sinto-me muito mais feliz simplesmente por ser eu mesmo e deixar os outros serem eles mesmos. Tenho a nítida sensação de que este ponto de vista deve parecer muito estranho, quase oriental. Para que serve a vida se não tentarmos moldar os outros aos nossos objetivos? Para que serve a vida se não lhes ensinarmos aquelas coisas que nós pensamos que os outros deviam saber? Para que serve a vida se não os levarmos a agir e a sentir como nós agimos e sentimos? Como se pode conceber um ponto de vista assim tão inativo como o que estou propondo? Tenho certeza que atitudes como estas serão, em parte, a reação de muitos de vocês.   

 [...] É de fato paradoxal verificar que, na medida em que cada um de nós aceita ser ele mesmo, descobre não apenas que muda, mas que as pessoas com quem ele tem relações mudam igualmente."

Carl Rogers

because of the times;

1ª foto do acervo pessoal postada!

"emergindo do inferno diário
ouço batidas na porta
do grande desconhecido
eu descobri demais
chá, cafeína, estimulante
pra não perder a viagem;
os aromas, as palavras e o azul.
e sobre você
não haverá baú mais profundo
a ser descoberto
as lembranças são cornetas de caça
cujo ruído morre ao vento."

28 de mai. de 2011

Rebel Rebel;

"encontrei meu nirvana na rebeldia. em uma tarde simples, de sentimentos nus e adolescentes crus fumando seus cigarros. há união quando todos querem mudar o mundo (mesmo que tão localmente), arremessando ovos no inimigo, vendo-o atravessar as ruas, passando por nós. hoje eu sinto que achei o lugar certo para estar. não sinto o vazio e nem o pesar do passado. apenas sinto vontade de viver esse momento, tão fervorosamente e tão abertamente. hoje eu senti orgulho."
é verdade, todos nós temos nosso momento che guevara, mas não sabia que era assim tão satisfatório e positivo.

e agora, só há semelhança nas diferenças entre nós dois.

25 de abr. de 2011

um dia você aprende...

...que em noites estreladas não tem chuva; que os bons velhos tempos só são bons porque já se foram; que mais cedo ou mais tarde na vida, as coisas que você ama você perde.


2 de abr. de 2011

tangerine collie and the infinite sadness;

"de volta a uma fase intermediária. mudanças físicas, e o  sono nunca foi tão bem-vindo como agora.

sono ou qualquer passatempo que proporcione o esquecimento. eu sei que não vai dar pra prolongar isso por muito tempo..eu sei que o mundo não gira ao redor disso. mas tem dias que é foda.

tem dias em que tudo parece um plano de conspiração suprema, onde tudo te faz lembrar dos dias que não podem voltar - o que dói é a violência com que tudo foi arrancado.. - qualquer cena que tu presencie na rua, qualquer música que tu ouça, tudo força as lembranças a virem até a superfície.

tem dias em que a voz do scott weilland é veneno. e tu sente uma vontade imensa de acreditar que é só uma fantasia de mau gosto; acredita piamente na força do acaso, que do nada, tudo vai simplesmente se resolver. é muito ingênuo, patético até.

não sobra nada pra contar a história, lá dentro. é uma civilização inteira implodida, após cuidadosas obras e inaugurações. é, eu gosto de metáforas."

20 de mar. de 2011

a secreta epifania da mudança;

sem hinos de libertação, ou honras de revolução. apenas realidade, crua e podre.
dançando a valsa da fugacidade dos dias, sangrando poesia.
de um modo ou de outro, dê-me o benefício da dúvida, e das metáforas orgásmicas.

acho que eu gosto mesmo é de divagar...sobre histórias velhas e aconchegantes, lembranças com cheiro de chá doce.

(impressão minha ou tudo rimou? ¬¬'' nao era a intenção)

8 de dez. de 2010

new old thought

"um suspiro em uma casa vazia,
uma amizade que de repente se estralhaça ao som do vento,
dois irmãos siameses incomunicáveis,
meia grama de soma para todos os males."

escrevi isso há 1 ano e tanto atrás. e só agora faz total sentido pra mim.




30 de ago. de 2010

lust for life

é possível enterrar o passado? ouvindo lust for life tudo fica mais leve, mas quando chega na hora decisiva, tudo volta. e são sensações obscuras em uma tarde chuvosa de segunda. nostalgia e agonia mutilantes. eu gostaria muito que você viesse para o jantar. então nós poderíamos reconstruir cenas e registrar momentos. como nos velhos tempos. diz que me ama à meia-luz do túnel...à sombra inesperada de um abraço. olhando no espelho enquanto nos abraçamos.
e da solidão surgem faíscas. surgem os frutos de um mundo à parte, magnetizado e estático, centrado na efemeridade dos dias. eles estavam passando tão felizmente breves, mas agora, no frio, veterano de guerra, e na chuva, inimiga dos planos de final de semana, tudo se estende um pouco mais.
o vento chora, eu não gosto de ouvir ele, Jim Morrison. (e eu tenho medo das direções que você possa tomar).
é. eu gostaria que você viesse para o jantar.

21 de abr. de 2010

hopeless emptiness.

por uma simples frase, descida do meu pedestal de escritora-observadora, me sinto pequena. não porque fui deliberadamente ofendida, mas sim porque talvez seja a mais pura verdade. e se for?
existir e viver são coisas completamente distintas, fato? fato.
assim como de uma hora para outra falamos alguma bobagem e estragamos tudo, também podemos, de uma hora para outra, parar de viver.
simplesmente estagnar. atrofiar. paralisar.
já cheguei em um ponto, onde, percebi que tinha me tornado tudo aquilo o que eu sempre abominei. por culpa imparcial de atitudes extremamente passivas em relação a tudo. deixar acontecer, deixar a bolinha de neve se converter em uma enorme avalanche. é triste, dá raiva. mas no final resta o de sempre: você e o seu erro. o fato é que, estou sim, bastante estagnada, mas estou trabalhando nisso...o resto prefiro omitir.
¬¬''

23 de fev. de 2010

maio de 2008

Por que, deveras, algumas palavras não necessitam ser exteriorizadas?
Creio que, em alguns momentos, até mesmo o ego humano, preenchido por vacuidade, dê espaço à força da plenitude cósmica...É necessária mais interiorização...encontrando sua própria voz e musa, seguindo-a, não há razões para uma interferência de grau maior...O ser humano seria naturalmente senhor de sua própria harmonia, não restando espaço para democracias hipócritas ou regimes anticientíficos. O humanismo aplicado à algo mais intrínseco...No silêncio, é capaz de construir pilares resistentes a qualquer ideologia fútil ou gritos guturais, que clamam por piedade, quando se banham com a mais pérfida falsidade.
É a doença do homem moderno: esperar que a força metafísica e mística do universo resolva tudo. Fatos inefáveis crescem das menos interessantes almas...mas, realidades como esta, são engolidas pela apoteótica capacidade humana de fingir...novamente, apóstrofes sentimentalistas são proferidas. Pela terra de onde saiu nosso sangue, pelos ossos, onde está costurada toda nossa dor, iremos obter alguma resposta através disto...o universo e todo seu engenho simultaneamente belo não nos deixarão sem um aforismo o qual seguir cegamente...
Fracas expressões...leve-me à Casa de Orates...


O.õ na época eu lia O Enigma do Universo, do Huberto Rohden. tá explicado.

2 de fev. de 2010

ainda ouvindo Black...e me identificando com cada frase da letra.


:(

22 de jan. de 2010

teses neo decadentes.

por acaso, ouvi certa declaração hoje: "não preciso de filmes nem nada pra criar meus conceitos e opiniões, eu crio eles sozinho". E tanto quanto indignada, fiquei pensativa também...isso foi dito por uma pessoa que provavelmente nunca lerá este obscuro texto, pois não vê muito sentido em leituras do tipo.

sempre me disseram e ouvi falar que, quem está em constante mudança de opinião é realmente sábio, e concordo. quantas circunstâncias, fatos, acasos e coincidências podem modificar totalmente nossa perspectiva de tudo? é quase inacreditável como somos volúveis e adaptáveis ao meio em que vivemos, por mais que não pareça. No entanto, sempre tive uma admiração secreta por quem é "cabeça-dura", o famoso "tenho minhas opiniões gravadas em pedra", mas não porque eu achasse isso mais certo, e sim pela firmeza e força de vontade de sustentar as mesmas velhas convicções de sempre...

o fato é que, o que eu venho defender aqui é que, às vezes, um filme ou um livro ou qualquer outra influência externa podem ser bastante válidos, tanto para modificar uma crença como para nos certificar de que aquilo está certo. e eu que o diga.

mesmo não concordando plenamente com a filosofia de tyler durden, digo (de novo), somos todos a mesma merda ambulante do mundo.