30 de ago. de 2010

lust for life

é possível enterrar o passado? ouvindo lust for life tudo fica mais leve, mas quando chega na hora decisiva, tudo volta. e são sensações obscuras em uma tarde chuvosa de segunda. nostalgia e agonia mutilantes. eu gostaria muito que você viesse para o jantar. então nós poderíamos reconstruir cenas e registrar momentos. como nos velhos tempos. diz que me ama à meia-luz do túnel...à sombra inesperada de um abraço. olhando no espelho enquanto nos abraçamos.
e da solidão surgem faíscas. surgem os frutos de um mundo à parte, magnetizado e estático, centrado na efemeridade dos dias. eles estavam passando tão felizmente breves, mas agora, no frio, veterano de guerra, e na chuva, inimiga dos planos de final de semana, tudo se estende um pouco mais.
o vento chora, eu não gosto de ouvir ele, Jim Morrison. (e eu tenho medo das direções que você possa tomar).
é. eu gostaria que você viesse para o jantar.

4 de ago. de 2010

as the train goes by...

"eu sei que ela nunca lerá isso. mas, de alguma forma estranha e desajeitada, PRECISO pôr tudo pra fora. ela provavelmente nunca saberá o que são dúzias e dúzias de noites mal dormidas, mastigadas e cuspidas repetidamente, com o coração e a alma totalmente em frangalhos. a dor corroi meus neurônios, colorindo tudo com a irracionalidade; a paixão, o estúpido, idiota amor.

lembranças de dias bonitos sempre se sobrepôem às memórias ruins, supostamente é uma vantagem, mas não quando se é alguém como eu, que ama incondicionalmente o interior imperfeito da criatura amada. incondicional, alguém sabe o que é isso? duvido muito. incondicional é sorrir quando se quer chorar, é esquecer instantaneamente uma discussão ou frase fria, é disfarçar com beijos um olhar indiferente, é, sobretudo, ACREDITAR fielmente na eternidade do estúpido, idiota amor.

nada mais é interessante, lindo nem mesmo engraçado sem a presença dela. carência, obsessão, loucura? não sei dizer...apenas sei que tudo é melhor ao seu lado. e conforme o tempo passa, maior se torna a minha dependência, e maior se torna a vida dela. há sempre um tempo quando, dizem, as pessoas precisam MUDAR de ares; pessoas novas, bebidas mais fortes, livros mais complexos. e é justamente disso que tenho medo. de ficar enterrado no passado antiquado e esquecido. nada parece ser mais doloroso do que ser deixado para trás. não há um EU, há somente um "nós", os dias não passam sanos se não penso nela, se não desejo estar com ela...mas tudo está se tornando cada vez mais escasso, SECO; tardes juntos, madrugadas, passeios sem rumo, sonhos sem sentido, confissões inesperadas, visitas ao acaso, surpresas e mimos, tudo isso está tão apagado entre os dias, e simplesmente não sei o que fazer.

sento e observo o curso natural da vida. o nascimento, la vie en rose, o desenvolvimento, o clímax, e por fim, o longo e pesado desfecho. encerrando as cortinas de mais uma estória vitimizada pelo tempo..."

21 de abr. de 2010

hopeless emptiness.

por uma simples frase, descida do meu pedestal de escritora-observadora, me sinto pequena. não porque fui deliberadamente ofendida, mas sim porque talvez seja a mais pura verdade. e se for?
existir e viver são coisas completamente distintas, fato? fato.
assim como de uma hora para outra falamos alguma bobagem e estragamos tudo, também podemos, de uma hora para outra, parar de viver.
simplesmente estagnar. atrofiar. paralisar.
já cheguei em um ponto, onde, percebi que tinha me tornado tudo aquilo o que eu sempre abominei. por culpa imparcial de atitudes extremamente passivas em relação a tudo. deixar acontecer, deixar a bolinha de neve se converter em uma enorme avalanche. é triste, dá raiva. mas no final resta o de sempre: você e o seu erro. o fato é que, estou sim, bastante estagnada, mas estou trabalhando nisso...o resto prefiro omitir.
¬¬''

23 de fev. de 2010

maio de 2008

Por que, deveras, algumas palavras não necessitam ser exteriorizadas?
Creio que, em alguns momentos, até mesmo o ego humano, preenchido por vacuidade, dê espaço à força da plenitude cósmica...É necessária mais interiorização...encontrando sua própria voz e musa, seguindo-a, não há razões para uma interferência de grau maior...O ser humano seria naturalmente senhor de sua própria harmonia, não restando espaço para democracias hipócritas ou regimes anticientíficos. O humanismo aplicado à algo mais intrínseco...No silêncio, é capaz de construir pilares resistentes a qualquer ideologia fútil ou gritos guturais, que clamam por piedade, quando se banham com a mais pérfida falsidade.
É a doença do homem moderno: esperar que a força metafísica e mística do universo resolva tudo. Fatos inefáveis crescem das menos interessantes almas...mas, realidades como esta, são engolidas pela apoteótica capacidade humana de fingir...novamente, apóstrofes sentimentalistas são proferidas. Pela terra de onde saiu nosso sangue, pelos ossos, onde está costurada toda nossa dor, iremos obter alguma resposta através disto...o universo e todo seu engenho simultaneamente belo não nos deixarão sem um aforismo o qual seguir cegamente...
Fracas expressões...leve-me à Casa de Orates...


O.õ na época eu lia O Enigma do Universo, do Huberto Rohden. tá explicado.