18 de fev. de 2013
You are young and life is long and there is time to kill today...
A concentração na sua própria dor é tão grande, que você acaba não prestando a mínima atenção ao que está acontecendo ao redor..o que mais tarde definitivamente será motivo de arrependimento.
Nesses momentos o desprezo domina todas as suas autoavaliações. Maduro? Civilizado? Admirável? Alguém assim, com as maneiras afetadas por esse medo atroz que paralisa, essa covardia de viver, de dar o todo de si a cada minuto, a cada ação...o comportamento minado por uma apatia raivosa..
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A fantasia eterna da possibilidade de reverter o efeito do tempo. Muito roubou noites de sono e vidas férteis de mentes curiosas desde o início de tudo. Voltar no passado, repetí-lo, vivê-lo inteiramente de novo, instante por instante...ficar aninhado e preso em seus braços para todo o sempre...por vezes isso não parece atraente? A nossa impressão do passado, certamente, é a coisa mais cruel de todas! Temos sempre a impressão de que, quaisquer fossem as circunstâncias, ele era melhor do que hoje, mesmo que o presente seja fácil e leve. O passado é como uma âncora, nos mantém sempre navegando próximo às mesmas águas de sempre, por mais que a vela esteja virada para a direção contrária...talvez o passado seja como deus. em sua face mais laica e mascarada, algo pelo qual ansiamos com uma força quase febril, mas também algo inatingível, sob qualquer aspecto possível.
...E pensar que as memórias são a única coisa que podem nos manter sintonizados com os eventos passados, a coisa mais preciosa que temos, mesmo assim, conforme o cruel tempo passa, a marca que conservamos mentalmente de quem já não está mais presente vai sutilmente se apagando, como o vento sobre uma pegada na neve fria e alva. Mãos que um dia conhecemos tão bem, sendo capazes de imaginá-la em toda o seu detalhismo..as falanges, o contorno das veias, as linhas da palma..vai aos poucos se apagando de nossa mente. Os olhos, tão sinceros e doces, com aquele "vapor úmido" (parafraseando Balzac, à muito grosso modo), já não tem mais o mesmo reflexo, vão se tornando opacos e distantes conforme o tempo passa.
Como disse Apollinaire: "As memórias são cornetas de caça cujo ruído morre ao vento"
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2 comentários:
Às vezes o passado é como algemas nos tornozelos.
GK
Fiquei pensando... Já que você gosta de "Sad Eyed Lady of the Lowlands", vc conhece uma música do Dylan chamada "Sara"? Em caso negativo, procure! É maravilhosa!
GK
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