É, no mínimo vulgar, desmerecer os atributos de uma alma nobre...
Estupefatos a mirar teus olhos viçosos;
És mais do que uma simples alma de quimeras que,
Jovem; não vê suas próprias correntes e, tenta partir, em vão...
Vieste revestida por dolentes anjos;
Nada de sublime se via em ti;
Apenas não percebiam como eras uma flor mimosa;
Florescendo entre os raminhos
Tez altiva, vais bordando as palavras;
Tira-as de teu coração;
E as costura em panos de dor
Amargo fel natural de criaturas mundanas;
És uma poesia de glória
És gesto de louvor
O que seria feita desta voz enferma?
Quando perto da tua, soa como um eco solitário e distante...
Inefável ninho de doçura
Oração fervorosa dos crentes
És o próprio espelho onde;
Saudade e amor se encontram aprisionados
É desesperador ver-te fragilizada por falsas almas
Quando derrama sobre todas estas fraudes
A graça mais superior...O suspiro mais cósmico...
És apenas pequena demais para ver
A pura arte que carrega em teu santo regaço
És fonte profunda, onde os sentimentos vão...
Se depositam por entre espaços dolorosos e permanecem
Até derramares rústicas lágrimas;
Que te encerram o âmago em ermos calabouços
Onde só habitam seres baldios e ocos...
Não há, no mundo, símbolos que expressem,
toda a dádiva graciosa que expiras,
papéis vulgares não dirão quem tu és
Então, apenas espere...
Pois, digo-te, tua alma há de florescer sempre mais
É uma poesia eterna que eleva
Rudes almas...
Tens o mundo em teu bolso e não o contrário, como pensas...
Dorme...
Je t'aime, Blandine...
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