5 de mai. de 2013
4 de mai. de 2013
Vivre Sa Vie
a liberdade tem um gosto inesperado quando surge dentro de uma vida de tantas rotinas defensivas e rituais desapaixonados. é assustador como podemos criar conexões profundas com outra pessoa, tão profunda a ponto de entrar em quase simbiose completa com ela. aí entra a insustentável leveza do ser, uma filosofia levemente pessimista que se encaixa em vários acontecimentos da vida...o peso pode acabar dominando, e geralmente domina, as relações. mas, se alguém me disser que a vida não vale a pena ser vivida porque ela é feita de perdas, dor e angústia ou porque o envelhecimento acaba limitando o seu prazer em todos os sentidos, eu digo que mesmo assim vale a pena (e eu dificilmente sou otimista).
eu digo que, apesar de toda a dor das perdas e da própria experiência absurda da vida, pra mim, a ideia de viver está intimamente ligada à passagem de tempo, porque é o tempo que cria as memórias, a experiência, as vivências em si, que são construídas tanto por coisas boas quanto ruins. por isso e por tantas outras coisas eu preciso constantemente me lembrar de que essas tais experiências ruins são naturalmente parte de todo o processo, e de que precisamos de coragem e resiliência na hora de atravessá-las.
2 de mai. de 2013
a psicologia nossa de cada dia
Dentro de uma rotina frenética fica difícil vir aqui e postar qualquer coisa que seja, mas já que é um espaço livre de qualquer restrição e feito justamente pra se dizer o que quiser, vou me apropriar dele.
Tenho feito pouca coisa além de viver e respirar psicologia, e das inúmeras coisas que eu descubro, invento e aprendo todos os dias, com certeza as principais e mais valiosas não se encontram nas linhas ou entrelinhas das pilhas de xerox que eu tenho em cima da minha mesa...o mais precioso ensinamento é o que diz respeito aos seres humanos, sujeitos, indivíduos, pacientes, clientes, escolha o termo mais adequado de acordo com seu gosto (ou de acordo com sua linha teórica!), e é saber respeitar cada pessoa na sua própria individualidade, por mais divergentes que as opiniões dela possam ser da minha, e tentar compreender, o mínimo que seja, o que essa pessoa fala, por mais que o contexto dela seja diferente, tentar deixar de lado os preconceitos e estereótipos mais óbvios e escrachados, que são tão naturais em todos nós.
As coisas mais importantes que eu aprendi nesses quase 3 anos de experiência, são as que não podem ser transmitidas pelos livros, apenas por outros seres humanos de carne e osso que estejam fisicamente próximos de mim. a postura de parar, simplesmente cessar o movimento, algo que nunca fazemos em dias de rotinas tão cansativas, e tentar enxergar o mundo, as coisas, as pessoas, os fatos, as borboletas, pelo que realmente são, isto é, nunca unilaterais. é claro que devemos ter muito cuidado nessa hora de afirmar que "pensamos diferente" do resto da sociedade, esse diferente não quer dizer superior, é aí que está a diferença. se nos julgássemos melhores por ter uma certa opinião, isso subverteria completamente todo o noss objetivo: o de propagar essa empatia pelo outro, sem o qual a nossa vida não tem o menor sentido e para consigo mesmo também, afinal, as obrigações e dívidas que a sociedade exige de nós não são nada leves.
Se for pra se colocar em palavras, apesar de ninguém saber exatamente do que se trata (muito menos os que já são profissionais) a psicologia pra mim seria um constante exercício da nossa humanidade, a capacidade de sair da bolha paranoica que nos cerca e finalmente descobrir que há outros ao nosso lado, e ao lado desses outros estamos nós, nos encontrando e reencontrando constantemente ao longo dessa vida absurda e maravilhosa.
Tenho feito pouca coisa além de viver e respirar psicologia, e das inúmeras coisas que eu descubro, invento e aprendo todos os dias, com certeza as principais e mais valiosas não se encontram nas linhas ou entrelinhas das pilhas de xerox que eu tenho em cima da minha mesa...o mais precioso ensinamento é o que diz respeito aos seres humanos, sujeitos, indivíduos, pacientes, clientes, escolha o termo mais adequado de acordo com seu gosto (ou de acordo com sua linha teórica!), e é saber respeitar cada pessoa na sua própria individualidade, por mais divergentes que as opiniões dela possam ser da minha, e tentar compreender, o mínimo que seja, o que essa pessoa fala, por mais que o contexto dela seja diferente, tentar deixar de lado os preconceitos e estereótipos mais óbvios e escrachados, que são tão naturais em todos nós.
As coisas mais importantes que eu aprendi nesses quase 3 anos de experiência, são as que não podem ser transmitidas pelos livros, apenas por outros seres humanos de carne e osso que estejam fisicamente próximos de mim. a postura de parar, simplesmente cessar o movimento, algo que nunca fazemos em dias de rotinas tão cansativas, e tentar enxergar o mundo, as coisas, as pessoas, os fatos, as borboletas, pelo que realmente são, isto é, nunca unilaterais. é claro que devemos ter muito cuidado nessa hora de afirmar que "pensamos diferente" do resto da sociedade, esse diferente não quer dizer superior, é aí que está a diferença. se nos julgássemos melhores por ter uma certa opinião, isso subverteria completamente todo o noss objetivo: o de propagar essa empatia pelo outro, sem o qual a nossa vida não tem o menor sentido e para consigo mesmo também, afinal, as obrigações e dívidas que a sociedade exige de nós não são nada leves.
Se for pra se colocar em palavras, apesar de ninguém saber exatamente do que se trata (muito menos os que já são profissionais) a psicologia pra mim seria um constante exercício da nossa humanidade, a capacidade de sair da bolha paranoica que nos cerca e finalmente descobrir que há outros ao nosso lado, e ao lado desses outros estamos nós, nos encontrando e reencontrando constantemente ao longo dessa vida absurda e maravilhosa.
8 de abr. de 2013
looking for my own peace of mind
em algum momento você precisa continuar. se despedir das memórias aconchegantes e mirar o horizonte, por mais que pareça que ele jamais vai compensar a dor da perda, por mais que a solidão seja tão mais convidativa...quando ela se enrola em volta do seu pescoço e o deixa confortavelmente entorpecido, deve ser como a sensação de aprender a respirar debaixo d'água, primeiramente é sufocante e angustiante, mas, depois de um tempo você simplesmente se abadona ao desespero e abraça a escuridão.
6 de mar. de 2013
we're all stardust
Estive pensando sobre o significado da dimensão espaço-tempo e a sua origem. Estive pensando sobre o último sopro de vida..e me perguntando se alguma coisa nesse entremeio realmente tem alguma importância..? Curiosamente ou não, somos seres constituídos, externamente, pela poeira estelar (literalmente: stardust) das galáxias, não há nada de místico nisso, é um fato cientificamente comprovado (seja lá o que for a ciência..um acordo no protocolo de verificação de hipóteses e evidências?), e internamente, pelo vazio mais profundo e negro da via-láctea, pois o nosso contato com galáxias além ainda é limitado.
O vazio, por sua vez, é o que impulsiona toda vida humana, somos os únicos animais capazes de ter certos desejos, que fogem à satisfação das necessidades mais básicas, além de podermos ponderar sobre esses desejos. creio que o vazio seja a origem e a finalidade de toda vida, se não fosse por essa falta excruciante, nós permaneceríamos no útero pela eternidade, nunca nos moveríamos, nossos ossos não cresceriam e muito menos faríamos certas coisas..aprender a ler, amar, tocar um instrumento, viajar, aprender uma nova língua, ter empatia com outros seres semelhantes. enfim, todas as coisas mais minúsculas, que podem por vezes parecer tão insignificantes..são sobre elas que as nossas vidas estão estruturadas.
Um protótipo dessa situação seria a coleção mais completa e intocada de alguém...depois de apreciá-la, nos perguntamos, o que nesse mundo levou esse ser humano a ter motivação de começar aquilo? o que isso vai lhe trazer, de bom ou de mal? e principalmente, será que ele/ela se perguntou, ao menos uma vez, porquê o fazia? talvez..mas com certeza quando essa pergunta se tornou clara em sua mente, ele/ela deve ter desdenhado e ignorado ela, enquanto se preparava para tirar o pó de sua preciosa coleção.
Se formos analisar todas as coisas que fazemos diariamente, rotineiras ou não, ficaremos abismados com a quantidade delas que se mostra completamente desnecessária e digna de questionamento. Pessoas dedicam suas vidas a esse tipo de coisa...catalogar todos os arquivos de uma biblioteca em ordem alfabética, assistir a todos os filmes de um certo diretor, tirar o pó dos mínimos detalhes dos móveis diariamente, mulheres que trocam de esmalte a toda semana...é claro que isso tudo faz sentido no momento em que estamos fazendo, mas se formos considerar o tempo de uma vida humana, talvez se torne uma tarefa desimportante demais. talvez seja esse o segredo, não pensar na longevidade de nossas vidas, pois, até onde sabemos, podemos ir até no próximo minuto, não há garantias empíricas de que viveremos o dia de amanhã. e o vazio que nos impulsiona a fazer todas essas coisas, consequentemente nos faz esquecer da imprevisibilidade do futuro, iminente ou distante.
Considerando o que falei até agora, seria certo afirmar que eu também concordo que as pessoas também não deveriam se preocupar em serem boas e honestas, já que a vida é tão curta. mas esse raciocínio é muito simplista, como eu já disse, não desmereço as pequenas coisas da vida, apenas digo que é curioso que a estabilidade das nossas vidas devam tanto a essas pequenas coisas, que preenchem o vazio como um mosaico.
O vazio, por sua vez, é o que impulsiona toda vida humana, somos os únicos animais capazes de ter certos desejos, que fogem à satisfação das necessidades mais básicas, além de podermos ponderar sobre esses desejos. creio que o vazio seja a origem e a finalidade de toda vida, se não fosse por essa falta excruciante, nós permaneceríamos no útero pela eternidade, nunca nos moveríamos, nossos ossos não cresceriam e muito menos faríamos certas coisas..aprender a ler, amar, tocar um instrumento, viajar, aprender uma nova língua, ter empatia com outros seres semelhantes. enfim, todas as coisas mais minúsculas, que podem por vezes parecer tão insignificantes..são sobre elas que as nossas vidas estão estruturadas.
Um protótipo dessa situação seria a coleção mais completa e intocada de alguém...depois de apreciá-la, nos perguntamos, o que nesse mundo levou esse ser humano a ter motivação de começar aquilo? o que isso vai lhe trazer, de bom ou de mal? e principalmente, será que ele/ela se perguntou, ao menos uma vez, porquê o fazia? talvez..mas com certeza quando essa pergunta se tornou clara em sua mente, ele/ela deve ter desdenhado e ignorado ela, enquanto se preparava para tirar o pó de sua preciosa coleção.
Se formos analisar todas as coisas que fazemos diariamente, rotineiras ou não, ficaremos abismados com a quantidade delas que se mostra completamente desnecessária e digna de questionamento. Pessoas dedicam suas vidas a esse tipo de coisa...catalogar todos os arquivos de uma biblioteca em ordem alfabética, assistir a todos os filmes de um certo diretor, tirar o pó dos mínimos detalhes dos móveis diariamente, mulheres que trocam de esmalte a toda semana...é claro que isso tudo faz sentido no momento em que estamos fazendo, mas se formos considerar o tempo de uma vida humana, talvez se torne uma tarefa desimportante demais. talvez seja esse o segredo, não pensar na longevidade de nossas vidas, pois, até onde sabemos, podemos ir até no próximo minuto, não há garantias empíricas de que viveremos o dia de amanhã. e o vazio que nos impulsiona a fazer todas essas coisas, consequentemente nos faz esquecer da imprevisibilidade do futuro, iminente ou distante.
Considerando o que falei até agora, seria certo afirmar que eu também concordo que as pessoas também não deveriam se preocupar em serem boas e honestas, já que a vida é tão curta. mas esse raciocínio é muito simplista, como eu já disse, não desmereço as pequenas coisas da vida, apenas digo que é curioso que a estabilidade das nossas vidas devam tanto a essas pequenas coisas, que preenchem o vazio como um mosaico.
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