Aquela frase que diz "endurecer sem nunca perder a ternura", nunca havia feito muito sentido pra mim, as duas coisas simplesmente parecem polos completamente opostos...como será possível alguém ser forte e ao mesmo tempo não deixar a doçura esmorecer perante o punho levantado?
Algo que eu realmente jamais vou entender é o porquê das pessoas escolherem deliberadamente ferirem outras, pelo simples prazer que o ato lhes traz. Digo pessoas porque nunca estaremos livres de fazer o que quer que seja, e eu também não estou livre para julgar abertamente porque com certeza já cometi esse ato tão desprezível, mais vezes do que eu posso me lembrar. Não sou ingênua a ponto de pensar que todos queremos e procuramos fazer o bem a pessoas alheias e nem a ponto de pensar que não existam razões para que uma palavra mais amarga seja proferida, claro que não. O meu ponto é chegar na compreensão dos motivos, que podem ser tantos - ou nenhum - inveja, raiva, interesses, vingança...pode ser pelo simples prazer mórbido de ver alguém sofrer ou por ser a sua vez na cadeia cíclica de descontar a raiva em alguém que esteja perto de você.
Lembro de uma frase "corajoso é aquele que, podendo ferir não fere", talvez soe moralista e colegial demais, mas como eu nunca esqueci dela e sempre fez todo o sentido pra mim, presumo que eu encontre nela algum significado e alguma identificação mais profundos..Já quebrei muito a cabeça pensando em tudo isso que estou escrevendo agora, já senti na pele o que isso significa, e na maioria das vezes resolvi optar pela neutralidade. Creio que seja possível não dar atenção aos ataques e seguir de acordo com os seus próprios princípios e sensibilidade, se você acha "errado" (essa discussão vai muito além do mero certo ou errado, mas a ideia geral é essa) ferir alguém, por mais que a oportunidade se mostre e por mais que isso pareça satisfatório, você deve se ater ao que acha que é mais correto. Na verdade é essa atitude que demonstra força e resiliência, já que é muito fácil jogar as pedras e julgar sem qualquer consideração, ao passo que é realmente muito mais dificil ser sensível e enxergar o outro como um ser humano.
7 de fev. de 2013
3 de fev. de 2013
Coincidence or Fate?
São em momentos como esse que eu me sinto mais inclinada a escrever, por mais que as palavras possam sair tortas e um tanto quanto repetitivas. Acredito que a escrita, assim como a leitura e a escuta, é altamente terapêutica, e se não tem o poder de cura - acredito que a terapia não seja miraculosa - pode pelo menos, no seu devido tempo, te levar de volta ao ponto de equilíbrio (se é que há um!) e proporcionar um lugar seguro da tempestade. Assim como na psicologia, onde as sessões psicoterápicas não funcionam como uma poção mágica, da mesma forma é no dia-a-dia, sinto dizer que tudo depende da nossa boa vontade, ou má vontade.
Independente de crenças pessoais, religiosas, profissionais, creio que todos nós já tivemos, nem que seja uma vez na vida, provas ou indícios que nos fizeram ver como a vida é engraçada, como certos "acasos" parecem ser algo além disso e como certas coisas (ou tudo?) acontece por algum motivo. Já fui muito mais supersticiosa antigamente, hoje prefiro assumir uma posição mais cética em relação às coisas, porque acima de tudo eu acredito, em parte devido ao que eu tenho aprendido como estudante de psicologia, que nenhuma situação é unilateral, por isso acho sempre importante olhar os dois ou mais lados da coisa. Deixando de divagar, que também é algo muito terapêutico, encontrei essas palavras que eu tinha escrito há mais ou menos um mês atrás, e se naquela época elas faziam sentido, agora elas soam absurdamente significativas e coincidentais:
"além de passar por um espectro imenso de emoções, o final tem como um dos objetivos, o de passar uma mensagem, além de nos deixar na beira de uma depressão profunda (desconfie de quem não foi tocado pela história nem no último minuto do filme, porque essa pessoa provavelmente seja um ciborgue), ela nos dá forças e inspira resiliência. por mais que as perdas venham, e elas virão, seja forte e tente manter a memória daquela pessoa dentro de você. realizar tudo aquilo que um dia foi planejado fazer é uma linda homenagem, dar a honra de permanecer vivo e feliz por isso é outra. acima de tudo, creio que o filme seja uma homenagem a todos aqueles que perderam pessoas, que tiveram que permanecer nesse mundo, incertos sobre se o futuro apagaria a dor ou não, mas que mesmo assim continuaram fortes e mantiveram a memória viva. a personagem é uma ode à vida, ela é a prova mais real de que nós podemos nos recuperar das perdas mais absurdas e inesperadas e continuar."
Independente de crenças pessoais, religiosas, profissionais, creio que todos nós já tivemos, nem que seja uma vez na vida, provas ou indícios que nos fizeram ver como a vida é engraçada, como certos "acasos" parecem ser algo além disso e como certas coisas (ou tudo?) acontece por algum motivo. Já fui muito mais supersticiosa antigamente, hoje prefiro assumir uma posição mais cética em relação às coisas, porque acima de tudo eu acredito, em parte devido ao que eu tenho aprendido como estudante de psicologia, que nenhuma situação é unilateral, por isso acho sempre importante olhar os dois ou mais lados da coisa. Deixando de divagar, que também é algo muito terapêutico, encontrei essas palavras que eu tinha escrito há mais ou menos um mês atrás, e se naquela época elas faziam sentido, agora elas soam absurdamente significativas e coincidentais:
"além de passar por um espectro imenso de emoções, o final tem como um dos objetivos, o de passar uma mensagem, além de nos deixar na beira de uma depressão profunda (desconfie de quem não foi tocado pela história nem no último minuto do filme, porque essa pessoa provavelmente seja um ciborgue), ela nos dá forças e inspira resiliência. por mais que as perdas venham, e elas virão, seja forte e tente manter a memória daquela pessoa dentro de você. realizar tudo aquilo que um dia foi planejado fazer é uma linda homenagem, dar a honra de permanecer vivo e feliz por isso é outra. acima de tudo, creio que o filme seja uma homenagem a todos aqueles que perderam pessoas, que tiveram que permanecer nesse mundo, incertos sobre se o futuro apagaria a dor ou não, mas que mesmo assim continuaram fortes e mantiveram a memória viva. a personagem é uma ode à vida, ela é a prova mais real de que nós podemos nos recuperar das perdas mais absurdas e inesperadas e continuar."
30 de jan. de 2013
The Dream
my interiors hurt like open wounds
see no way out of this drowning pain
when sunny days don't make sense no more
when my mind stumbles slowly into the facts
that can't nor will be changed or destroyed
we've lost a pure soul
and that is enough to cast a whole life into grey
tell me again for I simply cannot understand
my psychologist senses are numb, I cannot comprehend it this time
how is it that a special soul like that could have disappeared
among all that fire and death?
I hope it didn't hurt,still,
I hope you saw all the good times flashing through your eyes
saw all the love that surrounds you, because it is so much, so grand.
despite all the emptiness and the anger that pours over us right now,
your life was never in vain
there is still so much of you alive in here, in us, believe me when I say,
your dreams and your spirit go on, until the end.
nothing will die, remember that!
I'm writing this because I believe, I know
that you're at somewhere, and that someday
we'll meet again
all of us.
see no way out of this drowning pain
when sunny days don't make sense no more
when my mind stumbles slowly into the facts
that can't nor will be changed or destroyed
we've lost a pure soul
and that is enough to cast a whole life into grey
tell me again for I simply cannot understand
my psychologist senses are numb, I cannot comprehend it this time
how is it that a special soul like that could have disappeared
among all that fire and death?
I hope it didn't hurt,still,
I hope you saw all the good times flashing through your eyes
saw all the love that surrounds you, because it is so much, so grand.
despite all the emptiness and the anger that pours over us right now,
your life was never in vain
there is still so much of you alive in here, in us, believe me when I say,
your dreams and your spirit go on, until the end.
nothing will die, remember that!
I'm writing this because I believe, I know
that you're at somewhere, and that someday
we'll meet again
all of us.
29 de jan. de 2013
O Brilho Eterno das Lembranças
É tempo em que a morte passa pelas redondezas e me faz uma visita, novamente. Na teoria é fácil aceitar que perdas e morte são mais do que parte da vida, um acontecimento pelo qual todos nós vamos passar, mais dia menos dia. Lendo textos sobre o tema é fácil de pensar a morte como algo normal do desenvolvimento humano, algo que devemos simbolizar e eventualmente superar. É fácil, em um curso de psicologia, entender o luto como a morte de um objeto no qual depositamos nossas energias libidinais e do qual agora precisamos nos desligar, fazendo com essas catexias fluam para um novo objeto. É também momento de morte de uma parte do nosso próprio ego.
Na vida real, como todos sabem, as coisas se desenrolam de uma forma bem diferente. Ninguém jamais vai se lembrar de palavras lidas em um livro quando se está mergulhado em sua própria dor. Não há nada que importe menos ou que seja mais inaceitável do que a ideia da naturalidade da morte, quando perdemos alguém querido.
Nada daquilo faz sentido, é necessário que se repita o fato mentalmente várias vezes seguidas, pra que se acredite nele realmente..o pior de tudo é acordar no dia seguinte, e nos milhares de dias seguintes e perceber que a realidade é uma só, e não há possibilidade de retorno, apenas dor e nostalgia. E você se pega pensando: para onde foram essas pessoas tão importantes? não faz sentido que alguém com tantos sonhos e coisas a oferecer e realizar tenha se esvaído completamente. O que acontece com os sonhos e as paixões dessas pessoas depois que elas se vão? Pra mim não existe nada mais absurdo e sem sentido do que caminhar por um cemitério em uma manhã ensolarada, quando nós deveríamos estar pensando em outras coisas, planejando outras coisas além de lágrimas e dias cinzentos. Momento em que deveríamos estar planejando a próxima ocasião em que ficaríamos juntos, nosso ritual sagrado de amizade que já se repetia há anos..porque, o que seria a amizade senão um ritual do qual participamos de bom grado?
Isso tudo me faz lembrar a mensagem de um certo filme que eu adoro muito, e que por essa específica razão significa algo de muito profundo pra mim. O que realmente importa quando perdemos alguém é não se deixar consumir pela dor. É claro que é impossível não se sentir despedaçado e pensar que nada jamais fará sentido novamente, mas e aí que precisamos encontrar um refúgio da tempestade e lembrar que aquela pessoa pode sim continuar viva através de nós e de nossas ações. Fazer jus à memória daquela pessoa, que com certeza, onde quer que ela esteja, gostaria que você seguisse sendo forte e vivesse sua vida ao máximo. Dessa forma, a existência daquele ser querido não terá se transformado em uma fumaça vazia e os seus sonhos não terão sido em vão. Eu acredito que a matéria orgânica se vai pra sempre, mas deixa muitas marcas e lembranças boas às quais podemos nos segurar nos momentos difíceis.
Resumindo, podemos manter no presente o que está no passado.
Na vida real, como todos sabem, as coisas se desenrolam de uma forma bem diferente. Ninguém jamais vai se lembrar de palavras lidas em um livro quando se está mergulhado em sua própria dor. Não há nada que importe menos ou que seja mais inaceitável do que a ideia da naturalidade da morte, quando perdemos alguém querido.
Nada daquilo faz sentido, é necessário que se repita o fato mentalmente várias vezes seguidas, pra que se acredite nele realmente..o pior de tudo é acordar no dia seguinte, e nos milhares de dias seguintes e perceber que a realidade é uma só, e não há possibilidade de retorno, apenas dor e nostalgia. E você se pega pensando: para onde foram essas pessoas tão importantes? não faz sentido que alguém com tantos sonhos e coisas a oferecer e realizar tenha se esvaído completamente. O que acontece com os sonhos e as paixões dessas pessoas depois que elas se vão? Pra mim não existe nada mais absurdo e sem sentido do que caminhar por um cemitério em uma manhã ensolarada, quando nós deveríamos estar pensando em outras coisas, planejando outras coisas além de lágrimas e dias cinzentos. Momento em que deveríamos estar planejando a próxima ocasião em que ficaríamos juntos, nosso ritual sagrado de amizade que já se repetia há anos..porque, o que seria a amizade senão um ritual do qual participamos de bom grado?
Isso tudo me faz lembrar a mensagem de um certo filme que eu adoro muito, e que por essa específica razão significa algo de muito profundo pra mim. O que realmente importa quando perdemos alguém é não se deixar consumir pela dor. É claro que é impossível não se sentir despedaçado e pensar que nada jamais fará sentido novamente, mas e aí que precisamos encontrar um refúgio da tempestade e lembrar que aquela pessoa pode sim continuar viva através de nós e de nossas ações. Fazer jus à memória daquela pessoa, que com certeza, onde quer que ela esteja, gostaria que você seguisse sendo forte e vivesse sua vida ao máximo. Dessa forma, a existência daquele ser querido não terá se transformado em uma fumaça vazia e os seus sonhos não terão sido em vão. Eu acredito que a matéria orgânica se vai pra sempre, mas deixa muitas marcas e lembranças boas às quais podemos nos segurar nos momentos difíceis.
Resumindo, podemos manter no presente o que está no passado.
"[...] When will the heart be aweary of beating?
And nature die?
Never, oh! never, nothing will die;
The stream flows,
The wind blows,
The cloud fleets,
The heart beats,
Nothing will die."
And nature die?
Never, oh! never, nothing will die;
The stream flows,
The wind blows,
The cloud fleets,
The heart beats,
Nothing will die."
Alfred Lord Tennyson.
14 de jan. de 2013
Tell me what you see
Sim, ultimamente tenho deixado trechos de livros e melodias falarem em meu lugar, e sim, isso se dá devido a minha falta de tempo em vir aqui e escrever algo que tenha saído dos meus próprios pensamentos (que aliás, nunca serão apenas originalmente meus). Sim, essa música reflete um estado de espírito bastante recorrente pra mim, algo que diz da nossa solidão incondicional nesse mundo, apesar de toda a coletividade e o companheirismo. Lembrei agora que em algum filme que eu vi nos últimos tempos (e acredite, eu vi o suficiente deles pra começar a embaralhar todos os roteiros, diálogos e personagens incríveis nos quais tenho esbarrado) a mocinha contava um episódio em que estava sentada com seu namorado/marido/whatever no escuro, apenas à luz de uma vela, e ela disse a ele que ela se sentia como aquela vela, sozinha no meio de toda a escuridão do mundo, mesmo quando estava rodeada de pessoas, ao que o mocinho levantou, pegou outra vela, acendeu-a e colocou-a do lado da outra vela metaforizada. Realmente não me lembro de qual filme essa cena simples e linda saiu, de qual cabecinha mirabolante de algum diretor/roteirista/ator insano ela veio, mas aí é que está a beleza das coisas, não é verdade? aquele momento poético que geralmente nunca acontece em segundas-feiras como essa, em que você percebe o quanto as pessoas são loucas e incríveis e como é maravilhoso saber que você está no lugar certo, com as pessoas certas, por mais que todos sejamos apenas velas solitárias na escuridão de um quarto, todas tateando às cegas, procurando por outra velinha para compartilhar o silêncio, procurando por um apoio..
"All I want is someone who can fill the holeIn the life I knowIn between life and death when there's nothing leftDo you wanna know?You come in on your ownAnd you leave on your ownForget the lovers you've knowAnd your friends on your own."
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